Sibionics GS1 x Freestyle Libre

Durante os últimos 7 anos tenho utilizado o Freestyle Libre para medição contínua dos níveis de glicose no sangue, ou seja, desde seu lançamento no Brasil. Sem dúvida a chegada do produto no mercado brasileiro foi um divisor de águas no controle da diabetes, trazendo um pouco mais de conforto para aqueles que podem se dar ao luxo de comprá-lo, afinal, está longe de ser barato! Infelizmente, enquanto no resto do mundo já foram lançadas três versões do produto, no Brasil ainda temos apenas a primeira versão, que vou chamar aqui de libre v1.

Para piorar um pouco mais a situação, a quantidade de sensores problemáticos do Libre v1 aumentou absurdamente nos últimos meses. Some isso ao fato de o processo de solicitação da troca de sensores defeituosos junto ao fabricante ser muitas vezes humilhante/burocrático/demorado e temos a receita para a frustração/revolta do usuário/cliente.

A boa notícia é que alternativas com tecnologia semelhante estão sendo lançadas no mercado internacional, sendo que algumas delas já podemos adquirir (de forma não oficial) em sites chineses, como o AliExpress. Foi assim que comprei o sensor da Sibionics, uma empresa chinesa que vem investindo forte nesse tipo de tecnologia. O CGM (Continuous Glucose Monitor, ou Monitor Contínuo de Glicose) da Sibionics, chamado de Sibionics GS1 foi aprovado recentemente pela CE e já pode ser comprado oficialmente em vários países da Europa. Segundo a empresa, o processo de registro na Anvisa ja foi iniciado, mas deve demorar mais de um ano para ser finalizado, portanto, aparentemente os sites xing-ling continuarão sendo por algum tempo a única forma de conseguí-los por aqui.

O que vem na caixa?

A caixa do produto contém um sensor, um lenço umedecido com álcool para limpeza do local antes da aplicação, o aplicador e também um adesivo extra que pode ser usado para reforçar a fixação do sensor – especialmente útil para aqueles que praticam natação ou tem problemas com sensores descolando antes dos 14 dias.

No meu caso, não precisei aplicar o adesivo extra, e o sensor não soltou durante os 14 dias, sendo que em diversos deles entrei na piscina. Também não tenho problemas com sensores do Libre v1 descolando.

Experiência de uso do Sibionics GS1 + aplicativo

Libre v1 x Sibionics GS1

O processo de instalação do sensor é muito parecido com o do Libre v1 e pode ser visto em diversos vídeos no youtube. Basicamente você aplica o sensor e depois usa o celular para ler o QRCode da caixa do sensor aplicado, o que ativa o produto e começa o processo de inicialização, que dura 1h (mesmo tempo que o Libre v1).

A tecnologia de medição também é a mesma do Libre v1, ou seja, a obtenção da glicose se dá no liquido intersticial e não diretamente do sangue. Mas há duas grandes diferenças entre o GS1 e o FreeStyle Libre v1: o primeiro transmite os valores das medições a cada 5 minutos automaticamente para o aplicativo instalado no celular, via bluetooth, ou seja, não é necessário passar o celular ou leitor sobre o sensor para obter as leituras, o que permite também o uso de alarmes de alerta de glicose baixa/alta, um ganho absurdo principalmente para os que esquecem de “scannear” o sensor frequentemente ou para quem não tem celulares com tecnologia NFC (Near Field Communication).

O tamanho do sensor é mais discreto se comparado com o do Libre v1, conforme foto ao lado.

Outro destaque é o aplicativo da Sibionics: com visual muito mais limpo, simples e moderno comparado ao LibreLink, oferece a visualização do valor atual da glicemia, bem como a tendência (estável, em alta ou em queda), gráfico para visualização do histórico, relatório com a análise dentro de um período, hemoglobina glicada calculada/estimada, tempo dentro da faixa alvo etc. É possível também inserir informações extras pontualmente, como aplicações de insulina, ingestão de carbohidratos, exercícios praticados etc.

Vale notar que:

  • Apesar de todas as informações na caixa do GS1 estarem em chinês, o aplicativo está disponível em diversas línguas, incluindo o português. Há algumas falhas na tradução (mas que não compromete o entendimento).
  • Como o GS1 não é vendido oficialmente no Brasil, não dá para instalar o app via Play Store, portanto, a instalação é feita de forma “manual”, baixando diretamente deste link, sendo necessário dar autorização de instalação via “fontes desconhecidas” no Android do celular.
  • Existe uma versão para iOS, mas desconfio que não esteja disponível para o Brasil.

Um ponto interessante do aplicativo é que ele permite compartilhar os dados com outras pessoas que também tenham o aplicativo instalado, ou seja, pais de crianças diabéticas podem acompanhar em tempo real as medições compartilhando os dados do app instalado no celular da criança com o app instalado nos celulares dos pais (ou mesmo do médico). Obviamente é necessário que os celulares tenham acesso a internet para que o compartilhamento funcione.

Confiabilidade/precisão

Durante os 14 dias de uso, fiz diversas medições comparativas usando o glicosímetro OneTouch Select Plus Flex da J&J e os valores obtidos foram muito próximos, na grande maioria das vezes. As primeiras 36h após a aplicação do sensor aparentemente são as que apresentam as maiores diferenças, mas a sensação final é que a precisão chega a ser melhor do que a do Libre v1. O sensor durou os 14 dias prometidos, algo que tem sido cada vez mais raro de acontecer com o Libre v1. Para os que têm algum tipo de preconceito com produtos chineses, vale lembrar que o produto teve aprovação da CE (equivalente ao “FDA” americano), o que de alguma forma “garante” um mínimo de qualidade.

Durante o uso, houve alguns momentos em que a diferença em relação a ponta do dedo foi alta (~50 mg/dl), mas algum tempo depois os valores voltaram a ser “compatíveis”, algo que pode ser esperado visto que há sempre uma variação/atraso entre a glicose do sangue e do líquido intersticial. Os CGMs baseados no líquido intersticial usam algoritmos de correção em seus aplicativos com a finalidade de corrigir automaticamente as medições, o que nem sempre resulta em um valor preciso. Vale lembrar que os glicosímetros “de ponta de dedo” também apresentam uma margem de erro considerável, portanto, sempre haverá diferenças em todos eles quando comparados, por exemplo, com um exame de laboratório. Em média, a diferença entre o GS1 e o OneTouch ficava entre 0 e 20 mg/dl.

Na figura abaixo podemos comparar a precisão do GS1 frente a outros CGMs olhando o valor da MARD (média relativa das diferenças absolutas). Quanto mais baixa a MARD, mais preciso é.

Quanto menor a MARD (Mean Absolute Relative Difference), mais preciso é.

Custo

O custo de um sensor GS1 comprado no AliExpress é de cerca de USD 45-50 (frete grátis) + ~USD 10 de ICMS (Remessa Conforme), o que na cotação de hoje (31/12/2023) ainda acaba sendo um pouco mais barato do que o Libre v1.

Aqui vale uma ressalva: como o produto não é vendido oficialmente no Brasil, caso venha a apresentar algum problema, você não terá substituição gratuita do sensor, como acontece geralmente com o Libre. Resumindo, terá que arcar com o prejuízo ou reclamar com o vendedor chinês e torcer para que ele concorde em te mandar um novo de graça.

Dica: se você resolver comprar o sensor no AliExpress, dê preferência para os vendedores que aderiram ao programa Remessa Conforme do governo brasileiro, pois assim já saberá exatamente quanto pagará no total para receber sua encomenda, sem risco de ser taxado na alfândega brasileira. Para o valor ficar financeiramente viável, o preço final do sensor (+ fretes – descontos) não pode passar de USD 50, do contrário os impostos brasileiros chegarão a 92%, inviabilizando financeiramente a compra. Se pretende comprar mais de um sensor, faça compras um de cada vez, para não ultrapassar os USD 50. Muitas lojas oferecem cupons de desconto que fazem com que o preço listado acabe diminuindo e ficando abaixo dos USD 50. Segue dois links de vendedores que geralmente vendem os sensores com preço abaixo de USD 50: Vendedor1 e Vendedor2, mas o importante é encontrar um que esteja bem avaliado e esteja vendendo abaixo dos USD 50.

Suporte

Como o produto ainda não é oficialmente vendido no Brasil, o suporte se resume a contatos via email (em inglês) ou através das redes sociais. A empresa é bem ativa no facebook e no linkedin, e os emails que enviei foram sempre respondidos, ainda que algumas respostas eram vagas demais.

Considerações finais

A primeira experiencia com o GS1 foi extremamente positiva! Além do sensor ter durado os 14 dias prometidos, ter mostrado uma precisão na grande maioria das vezes adequada, ainda há o fato de que não é necessário scannear o sensor com o celular, além de oferecer alarmes de glicose alta/baixa. Depois que você experimenta essas vantagens, fica até difícil voltar para o Libre v1!

Nota 1: a Anvisa aprovou o registro do Libre 2 Plus, portanto, espera-se que seja lançado no mercado nacional dentro de alguns meses, e oferecerá leituras via bluetooth e alarmes de glicose alta/baixa, semelhante ao GS1. Resta saber se a qualidade dos sensores do Libre vai melhorar, ou se continuaremos tendo os mesmos problemas que vêm ocorrendo com os sensores da primeira versão.

Nota 2: No próprio AliExpress há outros sensores (de outras marcas) com tecnologia semelhante ao Libre e Sibionics. É bom ver que a concorrência finalmente chegou, o que provavelmente vai fazer com que as empresas se mexam e melhorem seus produtos, trazendo benefícios para o consumidor.

Nota 3: Esse post não é patrocinado e expressa minha experiência pessoal com o uso de ambos os produtos.

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FreeStyle Libre – opinião após 7 anos de uso

Devo ter sido um dos primeiros usuários do Libre no Brasil! Já sabia da existência do sensor no exterior e aguardei ansiosamente o lançamento no mercado nacional e, quando isso aconteceu, tratei logo de comprar o kit com leitor e sensor e começar a usar, como relatei no meu post de 2016.

De lá para cá, tivemos o lançamento da versão 2 e 3, mas só no exterior! No Brasil, continuamos com acesso apenas a primeira versão do produto. No entanto, algumas coisas mudaram, como, por exemplo, a disponibilização do aplicativo LibreLink permitindo a leitura dos sensores através de smartphones com NFC (Near Field Communication), tecnologia que vem se tornando cada vez mais comum, mas que por aqui continua limitada aos celulares mais caros. Cabe uma observação: apesar dessa possibilidade ser amplamente divulgada pela Abbott em suas propagandas, existe uma pegadinha que pode custar caro para o usuário: a Abbott tem uma lista de celulares “testados por eles” e se você usar o LibreLink em um celular que não consta nessa lista e tiver problema com algum sensor, eles não vão substituir o sensor gratuitamente, alegando que o celular não é homologado! Me parece uma desculpa esfarrapada pois celulares vendidos oficialmente no Brasil já passaram pelos testes da Anatel e, portanto, já teve o NFC homologado por um órgão competente.

Já não bastasse ficarmos para trás frente aos outros países em relação a versão do produto, aparentemente desde o final de 2.022 o mercado nacional foi inundado por sensores defeituosos. Já perdi a conta de quantos sensores troquei esse ano! Com certeza já deve ter passado de 20! Alguns não chegam nem a funcionar, outros funcionam por alguns dias e outros funcionam com medições muito distantes da realidade. Ligar para a Abbott para solicitar a troca continua sendo uma tarefa angustiante e burocrática! Cada hora pedem mais coisas: foto do cupom fiscal, foto do sensor aplicado, print de telas, foto de comprovante de envio do sensor defeituoso, enfim, parece que tratam você como algum malandro que quer simplesmente conseguir um sensor de graça! Eu estaria feliz comprando sensores a cada 14 dias, se eles funcionassem com precisão pelo tempo prometido! Seria um imenso prazer nunca ter que ligar para a Abbott para solicitar troca de sensores defeituosos!!!

O fato é que minha confiança no produto foi abalada absurdamente nos últimos meses. São tantos problemas que fica difícil fazer uma medição e acreditar no valor mostrado! Parece ser o caso onde a falta de concorrência faz com que a empresa entregue “qualquer coisa”.

Li algumas notícias sobre o desenvolvimento (lá fora) de sistemas closed-loop baseados no Libre. Pra quem não sabe, esses sistemas tentam simular a ação de um pâncreas através da comunicação direta entre o sensor e uma bomba de insulina, liberando a insulina necessária para manter a glicemia dentro da faixa desejada. Com tantos sensores problemáticos, eu não usaria um sistema closed-loop com o Libre!

Experiência recente (set/2023)

Tive uma experiência recente que demonstra como a atual situação dos sensores é estressante: Fiz uma viagem de 14 dias para o exterior. Saí de casa para Guarulhos com um sensor aplicado há 10 dias e, milagrosamente, ainda funcionando. Durante a viagem até o aeroporto, o sensor parou de funcionar! Felizmente, estava levando 3 sensores de backup! Apliquei logo o primeiro e segui viagem. Quando cheguei em Guarulhos, tentei fazer a primeira leitura, e já acusou erro, dizendo que era pra substituir o sensor. Troquei para um novo sensor que, mais uma vez, não chegou a funcionar! Já era madrugada quando instalei o terceiro sensor, em menos de 24h e, pasmem, também não funcionou! Restava apenas 1 sensor dos 3 de backup que eu levei para a viagem toda! Felizmente esse último funcionou, mas meus backups acabaram antes mesmo de eu sair do Brasil! Tive que passar em uma Drogaria São Paulo e pegar mais um sensor pois era quase certo que esse que tinha funcionado não duraria os 14 dias, e realmente não durou! Enfim, esse é apenas um exemplo real do quão estressante pode se tornar a vida de um usuário do Libre!

Enfim, torço imensamente que alguma empresa lance uma solução mais precisa e versátil, fazendo com que a Abbott “se mexa” e lance as novas versões no Brasil, mas principalmente, que melhore a qualidade dos sensores e trate seus consumidores com mais respeito!

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FreeStyle Libre, e a montanha russa dos sensores

Recentemente quebrei o recorde de substituição de sensores do Libre com problemas! Nas últimas duas semanas, foram 3 sensores para o lixo. Um deles simplesmente não funcionou depois de colocado, o outro soltou sem razão aparente, e o terceiro começou a apresentar divergências absurdas nas leituras, após o 5º dia de uso. Interessante que tudo isso aconteceu depois de ter ficado 14 dias com um sensor que funcionou extremamente bem, inclusive na precisão das leituras. Ou seja, foi como ir do céu para o inferno <g>.

A Abbott tem trocado os sensores sem custo adicional, mas essa “montanha russa” sempre deixa uma apreensão, gerando um estresse desnecessário. A troca também demora alguns dias para acontecer, portanto, sou obrigado a manter pelo menos um sensor “em estoque”, no caso de algum ter que ser substituído antes da hora.

Continuo achando que o FreeStyle Libre vale a pena! Não me imagino hoje vivendo sem ele, mas com certeza a tecnologia empregada tem que evoluir, para acabar com as grandes diferenças nas leituras e todos esses outros problemas. Imagino também que com um menor número de substituições, o preço do produto ficaria mais acessível (menos trocas = menos dinheiro perdido).

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FreeStyle Libre – “A diferença é aceitável”, #SQN

E vamos para mais uma história que não contribui em nada para a imagem da Abbott no Brasil: Estou com um sensor do FreeStyle Libre no braço há 10 dias, que desde ontem começou a apresentar diferenças muito grandes em relação ao exame de “ponta do dedo”, conforme fotos abaixo.20161206_093754

Liguei para o 0800 da Abbott para relatar o ocorrido. Observe que em uma das fotos, enquanto o Libre mostrava uma glicemia de 68 (HIPOglicemia), o exame de ponta do dedo mostrava 140 (HIPERglicemia). Ou seja, enquanto segundo o Libre eu teria que ingerir carboidratos para subir minha glicose, o outro mostrava o inverso: que eu precisava tomar insulina para baixá-la.

A atendente da Abbott, após realizar os “testes de qualidade” baseado nos valores das medições que eu passei, disse que a diferença é considerada aceitável pelo laboratório! COMO ASSIM?! Como pode ser aceitável uma diferença de mais de 70mg/dl entre os medidores, um dizendo hipoglicemia e outro dizendo hiperglicemia?

20161206_015737Me recusei a aceitar que uma diferença dessas fosse normal, até mesmo por experiência com os sensores anteriores. Insisti com a atendente, sem sucesso, então pedi para falar com um superior, que apenas seguiu o protocolo dizendo as mesmas frases que a atendente anterior já havia dito: que os valores informados estavam dentro do aceitável e blábláblá. Deixei claro que era um absurdo dizer que uma diferença dessas era normal, e que eu teria que jogar fora o sensor e colocar um novo, 4 dias antes de expirar, ou seja, estou jogando fora 30% do que gastei com ele (o que dá aprox. R$ 70 de prejuízo).

Qualquer diabético com o mínimo de conhecimento, ou qualquer médico, acharia absurdo a afirmação de que tal diferença é aceitável. É óbvio que o sensor perdeu a precisão! Também é óbvio que a atitude da Abbott não colabora nem um pouco para a imagem dela no mercado, muito menos para a confiança no produto.20161206_030140

Em grupos sobre Diabetes no Facebook, é muito comum encontrar outras pessoas que passaram pela mesma situação. Algumas até mesmo já desistiram de usar o Libre, por não confiarem mais nos valores, mas principalmente pelo descaso do atendimento com o cliente.

Precisamos urgentemente de competição! Quem sabe assim a Abbott muda sua postura e passa a tratar o cliente com mais respeito. Esse já deve ser o quinto sensor que dá defeito… até então, a Abbott vinha trocando os sensores sem custo, o que é o mínimo esperado. Mas dessa vez, foram irredutíveis, e tive que arcar com o prejuízo. Se isso virar rotina, o jeito será abandonar o produto, pois dinheiro não é capim.

Vale lembrar que não é apenas a questão financeira e a confiança que está em questão. Como se isso não bastasse, temos que perder tempo ligando para o atendimento do laboratório, e as vezes ouvir esses absurdos. Ou seja, gera um stress que não deveríamos ter que passar, até porque stress também colabora para um descontrole da glicose.

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Freestyle libre – problemas com sensores

Obs: Leia a atualização depois de 7 anos usando.

Estou indo pro meu 12º sensor do FreeStyle Libre! Considerando que cada um dura 14 dias, já seriam cerca de 6 meses usando o Libre, no entanto, não foi bem assim!

Quatro sensores deram problemas, e tiveram que ser substituídos antes dos 14 dias. Felizmente, a Abbott tem trocado os sensores sem custo, no entanto, acabo tendo que manter sempre um sensor de “backup” para evitar ficar sem quando dá problema em algum, visto que o processo de “substituição” demora alguns dias.

No entanto, algumas coisas começam a me preocupar:

  1. Quatro sensores, entre onze, deram problema, ou seja, cerca de 35% – um número considerável! Os problemas variam entre medições (muito) incorretas até falha total do sensor (impossibilidade de fazer a leitura).
  2.  Um número tão alto com certeza não sai de graça, ou seja, o custo dessas substituições já deve estar incluso no preço de cada sensor, tornando eles mais caros do que poderiam custar.
  3. Hoje tive que insistir muito com a atendente da Abbott, para conseguir que trocassem o sensor, que estava apresentando medições muito mais baixas do que o “real”. Comparei a medição do sensor com dois medidores diferentes (Accucheck e OneTouch), e a diferença foi de mais de 60 mg/dl, para menos. Por exemplo, na foto abaixo, enquanto o Accucheck mostrava 106, o Libre indicava “LO” (que significa um valor menor que 40!). Durante a madrugada, ao tentar fazer a leitura, por três vezes o aparelho dava mensagem de que não tinha sido possível fazer a leitura, e que eu deveria aguardar mais 10 minutos e tentar novamente (demorou mais de 40 minutos para voltar a ler, e mesmo assim, os valores estavam errados). A atendente insistiu que essa diferença é considerada aceitável, o que é um absurdo! Minha própria experiencia com os sensores anteriores serve como base de que essa diferença estava anormal. Geralmente, há sim diferença, mas não tão grande. Uma diferença alta no valor das leituras pode fazer com que se faça uma correção errada, seja ingerindo açúcar desnecessariamente (gerando hiperglicemia), ou então tomando uma dose corretiva de insulina, e correndo o risco de ter uma hipoglicemia.

Enfim, talvez seja por isso que o FDA ainda não aprovou o Libre nos EUA. É necessário ter um bom conhecimento da doença para identificar as falhas quando elas ocorrerem, e evitar de fazer uma besteira. Fica claro, mais uma vez, que ainda dependemos dos testes tradicionais para “tirar a prova” em leituras “estranhas”.

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FreeStyle Libre – o sensor pifou

E havia chegado a hora de colocar o quinto sensor, ou seja, mais de 2 meses usando o FreeStyle Libre sem qualquer problema!

A surpresa veio no dia seguinte… menos de 48 após a instalação do novo sensor, e já tendo feito várias leituras que aparentemente não apresentaram qualquer problema, passei o leitor para obter a glicemia e me deparei com uma mensagem que até então nunca tinha visto:

Sensor ruim

Sensor ruim

Por sorte, havia comprado mais de um sensor, então pude instalar um outro. No entanto, foi grande a apreensão de ter perdido quase R$ 250 devido a falha do sensor. Como a Lei de Murphy está sempre presente, o fato aconteceu num sábado, e o call center da Abbott não funciona nos finais de semana.

Na segunda-feira, liguei no 0800 e comuniquei o acontecido. Pediram o número serial do sensor e após alguns minutos, comunicaram que dentro de 48h uma empresa parceira iria entrar em contato por telefone, para agendar a substituição do sensor por um novo (sem custo). Pediram para que eu guardasse o sensor ruim na embalagem original (que felizmente ainda não tinha ido pro lixo), pois quando viessem entregar o novo, iriam recolher o defeituoso.

Passado mais de 48h e ainda sem receber a tal ligação, enviei um email para a Abbott cobrando uma posição. No dia seguinte, recebi a ligação que agendou a troca do sensor para a próxima segunda-feira. No entanto, para minha surpresa, na sexta-feira anterior a data agendada, apareceu uma pessoa aqui para fazer a troca do sensor (aparentemente o agendamento não tem muito efeito prático).

Enfim, felizmente a Abbott trocou o sensor defeituoso por um novo, sem cobrar nada por isso (o que é o mínimo esperado, diga-se de passagem). O fato serviu para aprender algumas coisas:

  • Sem mais nem menos, você pode se deparar com uma situação onde o sensor para de funcionar antes da hora.
  • É sempre bom ter um sensor reserva disponível. Se eu não tivesse, teria ficado 6 dias sem o monitoramento contínuo.
  • A Abbott poderia ter um 0800 funcionando 7 dias por semana, pois problemas não tem data para acontecer.
  • O processo da troca do sensor apresentou alguma demora, e a data agendada não foi respeitada (menos mal que adiantaram, mas dei sorte de ter gente em casa na hora que a pessoa apareceu).

Uma curiosidade: Todos os sensores que eu comprei até agora tem data de validade para o dia 31-Outubro-2016, ou seja, estão bem próximos de expirar. Me pergunto se o problema apresentado pode estar relacionado com essa proximidade da data de expiração.

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