26 anos de Delphi

Dia 14 de fevereiro de 2021, o Delphi completou 26 anos! Ainda me lembro quando comprei o Delphi 1, na falecida Fenasoft, por R$ 50 (um preço excelente, diga-se de passagem). Guardo ele até hoje, com muito carinho, inclusive os manuais, etc.

Vinha de um histórico que, no IBM-PC, passou por Turbo Pascal, ASM, dBase/Clipper, isso tudo em ambiente DOS. Quando o Windows começou sua ascensão com o lançamento da versão 3, procurei algumas linguagens de programação para aquele ambiente, mas não me adaptei à nenhuma delas! Nem mesmo ao Turbo Pascal para Windows! Era tudo muito “cru”, chamadas de API com nomes gigantescos que dificilmente conseguiria memorizar, pouca praticidade, tudo muito manual, etc.

Foi então que em 1.995 o Delphi foi lançado, e com isso finalmente comecei a me aventurar em programação para Windows, sem precisar me martirizar com chamadas explícitas à APIs com nomes estapafúrdios, nem tentando imaginar como ficaria uma tela em runtime e, para a minha felicidade, usando uma linguagem que eu adorava: Pascal. Além disso, já trazia acesso à diversos bancos de dados através da BDE! Tudo bem, a BDE depois se provou como algo problemático e deficiente, mas para a época, parecia uma maravilha!

A VCL possibilitava construir aplicações com uma interface rica, de forma rápida e intuitiva! Houve um “boom” de componentes de terceiros, alguns uso até hoje, como Infopower, IBObjects e ReportBuilder (na época conhecido como piparti). Havia também uma infinidade de livros de Delphi, tanto no mercado internacional como no nacional. Foi realmente uma época de ouro!

Algumas versões ficaram eternizadas como o suprassumo do Delphi, e ainda são usadas por muitos desenvolvedores, como o Delphi 5 e o 7.

De lá pra cá, muita coisa aconteceu com ele: da Borland passou para a Inprise que passou para a CodeGear que passou para a Embarcadero (será que esqueci de alguma?). O Delphi sofreu bastante com essas mudanças. Algumas versões deixaram muito a desejar, principalmente em termos de qualidade/estabilidade da IDE. O Help integrado, que era excelente, foi “esquecido” por algum tempo e até hoje sofre os efeitos disso. Algumas apostas se mostraram furadas, a ponto de serem desprezadas algum tempo depois (Delphi for .NET, Delphi for PHP, Kylix, etc). Uma falta de política focada em universidades também contribuiu para que o Delphi perdesse espaço no meio educacional. Muita gente falando que o Delphi tinha morrido (alguns ainda falam ou acreditam nisso), mas estão muito enganados! Felizmente isso vem mudando nos últimos anos, e o Delphi nunca foi tão ativamente desenvolvido como agora.

O fato é que, 26 anos depois, o Delphi continua sendo minha ferramenta de programação preferida. Ele me possibilitou criar todos os tipos de aplicações que precisei desenvolver até hoje! Se integra com tudo e permite desenvolver qualquer tipo de projeto, desde jogos até aplicações comerciais, sites, webservices e – mais recentemente – aplicações mobile (iOS/Android), bem como para Linux ou MacOS, mantendo todo o poder do RAD (Rapid Application Development). Em termos de produtividade, creio que não tenha concorrente que ofereça o mesmo potencial! Quem trabalha sozinho e precisa dar conta de tudo: análise, desenvolvimento, suporte, etc. dificilmente daria conta do recado sem ter algo como o Delphi ao seu lado!

Enfim, fica o meu agradecimento à todos aqueles que possibilitaram o surgimento de algo tão revolucionário como foi o Delphi, e aos que até hoje trabalham pelo seu sucesso, incluindo os desenvolvedores que, como eu, sempre acreditaram na ferramenta.

Parabéns Delphi, muitos anos de vida!

PS: Durante muitos anos fui presidente do DUG-BR (Delphi Users Group Brazil). Naquela época, organizávamos eventos sobre Delphi, que chamamos de DDD (Delphi Developers Day). Foi um tempo muito bom, de muito aprendizado, onde conhecemos muita gente nas diversas cidades onde fizemos os DDDs, mas isso é uma outra história, para um outro post 😉

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