De volta a Serra do Rio do Rastro

Cantu – Tiger 800 XRx
Bramac – Tiger 800 XCx
Rodrigo (VF) – calouro,Versys “zicada”

Roteiro da viagem no Google Maps

Depois de 3 anos, resolvemos voltar pra Serra do Rio do Rastro, dessa vez passando pela Serra do Corvo Branco e alguns outros lugares da região. Na primeira viagem, pegamos a serra fechada por nuvens. Ficamos acima das nuvens, o que rendeu um visual de “colchão branco” abaixo de nós com céu azul acima, mas, por outro lado, impediu que víssemos a serra em si, e suas curvas e paisagens mirabolantes.

Ponto de Encontro (Serra Azul)

Depois de muito debate na definição da data, ficou acertado que sairíamos no dia 23 de Maio, voltando no dia 26, ou seja, 4 dias no total, com “pernadas” que variavam de 500km a 700km por dia. Como dessa vez não fizemos o Rastro da Serpente, ganhamos tempo no primeiro dia e, ao invés de dormir em Curitiba, fomos direto até Camboriú.

A previsão do tempo não estava muito animadora, mas como geralmente ela erra mais do que acerta, tínhamos esperança de conseguir fugir da chuva. Belo engano! Já próximo de Curitiba, o tempo mudou e começou a chover, e foi assim até chegarmos no hotel. Felizmente, tínhamos colocado as capas de chuva quando paramos pra almoçar. Cheguei seco no hotel, mas os demais animaizinhos que “acharam” que suas botas e luvas eram impermeáveis acabaram tendo uma surpresa desagradável 😀

Tomando umas em Camboriú

Saímos pra jantar (sem chuva), demos uma volta na orla, e voltamos pro hotel pra recarregar a bateria pro dia seguinte.

Acordamos as 6am, tomamos café, e…. dá-lhe chuva! Previsão de tempo aberto somente para o dia seguinte… hummmm… A ideia inicial era descer até Lauro Muller e subir a Serra do Rio do Rastro, seguindo até Urubici onde iríamos pernoitar. Como havia uma maior chance de fazer a serra aberta no dia seguinte, resolvemos descer até Palhoça e lá decidir se subiríamos direto pra Urubici ou tentaríamos ainda fazer a SRR, dependendo de como estivesse o tempo.

Foi aí que as surpresas começaram… logo ao pegar a BR, a moto do VF apagou. Por sorte era uma descida próxima a uma saída da rodovia, então conseguimos levar a moto até um lava rápido. Acionamos o seguro que guinchou a moto até a Kawasaki Floripa. Chegamos bem na hora do almoço dos mecânicos, então aproveitamos pra almoçar também e dar um rolê a pé pela orla. A suspeita até então era de que a tomada USB que tinha sido instalada na moto era a culpada. O mecânico confirmou(?!) isso e fez a moto ligar… depois de 4h, partimos novamente para a BR e….. surpresa! A moto apagou – de novo – há apenas algums quilômetros da concessionária! Depois do VF e Bramac quase serem atropelados pelos motoristas educados da região, conseguiram levar a moto até um posto de gasolina e chamar o mecânico, que veio rapidamente e constatou que o verdadeiro problema era um fio quebrado embaixo da caixa de fusíveis, trabalho “porco” de quem removeu o alarme da moto, antes da viagem.

Guinchando pra Floripa

O problema só foi resolvido definitivamente as 16h, portanto, a opção da SRR foi por água abaixo. Seguimos direto para Urubici, com chuva por quase todo o trajeto. A menor temperatura foi de 10.5C… as luvas e botas do Bramac e do VF encharcaram e tivemos que parar num posto pra eles aquecerem as mãos antes que congelasse. Uma viatura do “Samu” estava estacionada, e o Bramac conseguiu uma luva cirúrgica pra vestir por baixo da luva ensopada, isolando a mão da água. Não sei se tinha mais água fora ou dentro da bota do VF, kkkkk.

Chegamos em Urubici por volta das 18h30. Dessa vez pelo menos conseguimos subir a BR 282 antes de anoitecer (mas com chuva).

Essa é a segunda vez que ficamos na pousada PicaPau, em Urubici. O Weskley, dono da pousada, preparou um pinhão assado no forno a lenha e, novamente, teve o capricho de preparar um bolo diet para o café da manhã do dia seguinte (sou diabético). Saímos pra jantar e fomos dormir… com chuva!

Amanheceu e… milagre! O céu estava limpo! Um azul que dava gosto de ver, e que já estávamos sentido falta! Tomamos café da manhã, passamos no posto pra abastecer, e partimos para a Corvo Branco. Descemos a Corvo e logo depois do fim da serra, VF tomou um tombo ao passar numa lama que havia desbarrancado com as chuvas da noite anterior. Felizmente, o slider salvou a moto e ele não se machucou (caiu quase parado), então foi só questão de tomar um ar, zoar ele, e continuar a viagem – não antes de vermos mais um cair! Só naquela manhã, já tinham caído quatro.

Serra do Corvo Branco

Seguimos via sentido Orleans até Lauro Muller, onde começa a subida da SRR. Fizemos todo o trajeto com sol! Nessa altura, você já esqueceu de todos os perrengues anteriores, e passa a curtir cada minuto, com as paisagens, nascentes e cachoeiras que compõem a Serra do Rio do Rastro.

Chegando no Mirante, tiramos mais algumas fotos e partimos pra Urubici com destino final de Joinville, onde iriamos dormir. Voltamos pela BR 282, dessa vez de dia e com sol, permitindo apreciar melhor a paisagem. Chegamos em Joinville lá pelas 20h, tomamos um banho e fomos comer alguma coisa e curtir um som ao vivo. Depois, dormir e acordar cedo pra voltar pra casa.

Serra do Rio do Rastro

Saímos de Joinville as 9am, após tomar o café, abastecer, etc. Decidimos por fazer um caminho diferente: ao invés de já subir pela BR até São Paulo, fomos até Guaratuba, pegando a balsa pra Caiobá, e de lá indo até Morretes e subindo a Estrada da Graciosa. Essa foi a terceira vez que passei pela Graciosa, mas foi a primeira vez que estava sol!!

Cheguei em casa por volta das 18h30, cansado e quebrado, mas feliz por ter conseguido fazer praticamente tudo que havíamos programado. Mais uma experiência e mais histórias pra contar 😉

Portal da Graciosa

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Motorcycle trip to Serra do Rio do Rastro 2016

Clique aqui para ler em português.

Any self-respecting biker ever heard of Serra do Serra do Rio do Rastro, in Santa Catarina, with 284 curves, some reaching up to 180 degrees. I was planning this trip from a long time, and finally the “conjunction of the stars” allowed me and three friends (Bramac, Hertz and Rubão) to sync our schedules and left to SRR in Sep, 22 2016!

Day 1

Dia 1

First day (off-road emotion)

The idea was to make the entire trip in 4 days, leaving Piracicaba (friends leaving from Paulínia and Campinas), meeting the guys in Tatuí, and stopping at Curitiba to overnight. The path was chosen to go by the Serpent’s Trail

Stop-Follow

Stop-Follow

End of the trail

End of the trail (Hertz, me, Bramac and Rubão)

We  were in four motorcycles, two Harleys, a BMW GS1200 and a Triumph Tiger 800. Needless to say, the Harleys were those that suffered most in this circuit. Honestly, I do not advise anyone to do the serpent’s trail while the works are not completed. In addition to more dangerous and stressful, the travel ends up taking much more time than anticipated. We left home at 7:30 and arrived in Curitiba at 6:00 pm!

Riders Pub

Riders Pub

We stayed at the Che Lagarto Hostel. We had dinner at the mall that was next to the hostel and went to a motorcycle-themed bar, to drink a craft beer (a walking circuit, since the locations are near to each other). We scheduled with a local friend to go to a rock’n’roll bar (with live music) when we return from SRR.

Day 2 (part 1)

Day 2 (part 1)

Second day (bucolic path)

SRR Pomerode

Pomerode

We had coffee at 7:00 am, and left to Urubici, where we would stay overnight. The initial planning was to arrive in time to do the Serra do Rio do Rastro also at the night. The chosen path was a hint from Elisabete Bach, described by her as a more “bucolic” circuit compared to just taking the BR 101 highway, and really worth it! Roads and beautiful mountains, with good asphalt and little traffic. We stopped in Jaraguá do Sul for gas and to eat something, and moved to Blumenau, stopping to visit the German Village (where the Oktoberfest happens) and to lunch. Following the way through the European Valley, with a stop in Pomerode, to take a look at the newly opened brewery factory “Schornstein”.

Day 2 (part 2)

Day 2 (part 2)

German Village

German Village

From Pomerode, we left for the final destination of the day, Urubici, passing by Camboriú, Florianópolis, São José, and going up trough the Santa Catarina’s range. The traffic to San Jose was really heavy! Unfortunately, night has fallen and we ended up passing by the mountains without sunlight, so we couldn’t enjoy the view… what a shame!

Pousada Pica-Pau

Pousada Pica-Pau

We arrived in Urubici around 9:00 pm, and meet Wesclei, the owner of Woodpecker’s Inn. A hint for those who want an excellent lodging option in Urubici, with an impeccable service! We eat pine nuts toasted in the wood stove, while waiting for just ordered pizzas. One of Harleys engines was dying when it slows down. After consulting our “technical support” Alex (Bros Bikers), which gave us some guidelines on what to do, we went to take a shower and to sleep.

Day 3 (part 1)

Day 3 (part 1)

Day 3 (the range and the cripple)

We had coffee the 8:00 am, fueled up with gas, and left to the Church’s Hill. This is an obligatory stop for any traveler around. The view is simply magnificent! The clouds were low, and we had the impression of being “in the sky”, looking at the clouds from above.

Church's Hill

Church’s Hill

Leaving the Churchs’s Hill, we ride to the Mirante da Serra do Rio do Rastro (passing by Urubici again). The path is very nice, mostly with good asphalt and beautiful views, with lots of green and full of pines. Entering the SC-390, the asphalt became much worse, but nowhere near the “badness” of the Serpent’s Trail.

Day 3 (part 2)

Day 3 (part 2)

Arriving at the belvedere, the amazing view above the clouds impressed and disappointed at the same time, since it hid the famous curves and avoided us from enjoying the hilly landscape as we drove down the mountain.

We had a visit from some Coatis, which are walking free and peacefully in the place, looking for easy food.

SRR's Gazebo

SRR’s belvedere

Going down the mountain, we crossed the clouds that we had spotted from the belvedere. The humidity was high enough to wet the helmets. In the end, looking back to the point from which we came, there was nothing but heavy clouds.

SRR Coati

Coati

Westopped for gas and left to Curitiba. Surprise! Waze’s estimated more than 6 hours to arrive. And it was already 4:00 pm! We left to Curitiba, by the BR 101, with sawmill and rain, arriving at the Slaviero Hotel around 11:00 pm, cold and wet (when it started to rain, there were no gas stations or overpasses nearby, where we could stop to wear the raincoats)! But nothing is so bad that it can’t get any worse. Rubão took a “keel over” when leaving the bike and upon arriving at the front desk, we were told that reservations (made by booking.com) had not been registered by an employee of the hotel. In the end, after some hassles, we could enter the rooms. Needless to say, nobody was in physical condition to make the so planned visit to a rock’n’roll bar.

Bramac found out that he had lost the key of his Givi’s top case, containing all his clothes! The spare key was left in his home. The insurance does not want to send a locksmith, because the problem was in the top case, not with the bike itself. He called a 24/7 locksmith, who wasn’t able to open the lock! In the end, he had to dry his clothes and keep using them. I’m glad we were on the penultimate day.

In total, we drove almost 700 km that day! WTF!

Day 4

Day 4

Day four (the return)

Wake up the 7:00 am, we had coffee, and left to home. Fortunately, the return’s path wasn’t by the Serpent’s Trail, but rather by the BR-116 (Regis Bittencourt). About 20 miles out of Curitiba, we stopped at the famous Graciosa’s Road. Unfortunately, the weather was bad, with lots of mill, but that did not stop us to get down the mountain, which has much of its path made of cobblestones. The road is beautiful and picturesque, with lots of green and the Atlantic forest bordering the track continuously. There are several viewpoints where you can stop to admire the nature and eat/drink something.

Graciosa's portal

Graciosa’s portal

We return to the Regis’ highway and continue the way back. Upon arriving near to Cachimbo’s range, the highway had many works and hundreds of trucks. Near the Mário Cova’s road ring, there was an accident that just didn’t stop us completely because the bikes are narrow enough to pass between cars!

I got home the 8:00 pm, with the feeling of challenge fulfilled and the impression that it was not the last time that I visit that region.

Considerations and tips:

  • Avoid (really!) to go by the Serpent’s trail while the works are not finished, unless you are ready to face an “off-road” environment.
  • Don’t be fooled by the time it takes to make the trip legs! The average speed for the trip was 73 km/h, that is, you’re going to take a lot longer than if you had used a good highway.
  • The weather in the Serra do Rio do Rastro is unpredictable. It is good in one day and bad the next. If you have a flexible schedule, try to stay on the outskirts of the Sierra for more than a day, so if the weather is bad, there is still a chance to get it clean the next day. Checking the live cameras may help.
  • It’s absurd to charge tolls for motorcycles! The structure of the existing toll plazas was not made for that, and didn’t suffer any adjustment to facilitate the life of the biker. On the contrary! We are obliged to use the same cars and trucks cabins, which often has the pavement full of oil.
  • Do not entire rely on Waze, because, of course, at some point it will be offline for the lack of cellular network. Take a GPS offline application, as Here Maps, or even Google Maps, remembering to download the maps before.
  • Inns may be better than hotels, see the experience with the Woodpecker.
  • Despite having bikes for many, many years, this was the first truly long trip I did on two wheels. Even with all the obstacles, bad back, arm, cold, rain, etc., the feeling of freedom provided by the two wheels is unsurpassed.
MacGyver’s spirit

It’s in the difficult times that you became really creative, LOL. We took a heavy rain arriving in Curitiba, which wet the clothes and obviously the sneakers. So, what to do?

Bramac tried to use the microwave method, but it didn’t work (I told him it wasn’t going to happen, LOL). After that, he was more creative and used the lamps heat:

I filled the shoes with toilet paper, which pulled most of moisture during the night. Then I wrapped the hair dryer’s power cable around its power button, so it stay pressed, and left it blowing air for about 10 minutes, and it worked perfectly!

Drying the sneaker

Drying the sneaker

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Photo Gallery

Saindo de Tatuí

Live long and prosper! Up the Irons!

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SP para Serra do Rio do Rastro 2016

Click here to read it in English.

Qualquer motociclista que se preze já ouviu falar da Serra do Rio do Rastro, em Santa Catarina, com 284 curvas, algumas chegando a 180º. Há tempos estava planejando essa viagem, e finalmente a “conjunção dos astros” permitiu que eu e mais três amigos (Bramac, Hertz e Rubão) sincronizássemos as agendas e partíssemos para lá, no dia 22/Setembro/2016!

Dia 1

Dia 1

Primeiro dia (emoção off-road)

A ideia era fazer a viagem completa em 4 dias, saindo de Piracicaba (eles de Paulínia e Campinas, nos encontrando em Tatuí), sendo a primeira parada para pernoite em Curitiba. O caminho escolhido foi pelo Rastro da Serpente, que liga Capão Bonito à Apiaí. Essa foi a primeira surpresa da viagem. Asfalto e rodovias excelentes até Capão Bonito, mas bastou entrar no Rastro da Serpente para o trajeto passar de uma viagem “estradeira” para um circuito off-road! A estrada está cheia de obras, com diversos pontos onde não se sabe mais o que é asfalto e o que é terra. Pra piorar, diversos pontos estão com meia-pista, o famoso esquema “pare-siga”, obrigando você a esperar sua vez, perdendo um precioso tempo de viagem.

Pare-Siga

Pare-Siga

Final do Rastro

Final do Rastro (Hertz, eu, Bramac e Rubão)

Estávamos em quatro motos, sendo duas Harleys, uma BMW GS1200 e uma Triumph Tiger 800. Não preciso dizer que as Harleys foram as que mais sofreram nesse trajeto. Honestamente, eu não aconselho fazer o Rastro da Serpente enquanto as obras não forem finalizadas! Além de mais perigoso e estressante, o trajeto acaba levando muito mais tempo do que o previsto! Saímos as 7h30 e chegamos em Curitiba as 18h!

Riders Pub

Riders Pub

Nos hospedamos no Che Lagarto Hostel. Jantamos no shopping que ficava ao lado do CLH e depois passamos em um bar temático de motocicletas, para tomar uma cerveja artesanal (circuito feito a pé, pois os locais são próximos). Programamos com um amigo local de, na volta, ir em algum bar de rock com som ao vivo.

Dia 2 (parte 1)

Dia 2 (parte 1)

Segundo dia (trajeto bucólico)

SRR Pomerode

Pomerode

Tomamos café as 7am, e partimos para Urubici, onde iríamos pernoitar. O planejamento inicial seria chegar a tempo de fazer a Serra do Rio do Rastro também a noite. O caminho escolhido foi dica da Elisabete Bach, descrito por ela mesmo como um roteiro mais “bucólico” do que simplesmente pegar a BR 101, e realmente não deixou a desejar! Passamos por estradas e serras muito bonitas, com bom asfalto e pouco movimento! Paramos em Jaraguá do Sul para abastecer e comer alguma coisa, seguindo para Blumenau, parando para conhecer a Vila Germânica (onde é realizado o Oktoberfest) e aproveitando para almoçar. Seguindo o caminho, passamos pelo Vale Europeu, com parada em Pomerode, para dar uma olhada na fábrica recém inaugurada da cervejaria Schornstein.

Dia 2 (parte 2)

Dia 2 (parte 2)

Vila Germânica

Vila Germânica

De Pomerode, partimos para o destino final do dia, Urubici, passando por Camboriú, Florianópolis, São José, e subindo a Serra Catarinense. O trânsito estava bem pesado até São José! Infelizmente, a noite caiu e acabamos subindo a serra já sem luz do sol, portanto, não pudemos apreciar a paisagem… uma pena!

Pousada Pica-Pau

Pousada Pica-Pau

Chegamos em Urubici as 21h, e fomos recepcionados pelo Wesclei, dono da Pousada Pica-Pau. Fica a dica para quem quiser uma excelente opção de hospedagem em Urubici, com um atendimento impecável! Comemos pinhão torrado na hora no fogão a lenha, enquanto aguardávamos as pizzas recém-encomendadas. Uma das Harleys estava morrendo ao desacelerar. Depois de consultar nosso “suporte técnico” Alex (Bros Bikers), que nos deu algumas orientações sobre o que fazer, fomos dormir.

Dia 3 (parte 1)

Dia 3 (parte 1)

Terceiro dia (a serra e o coxo)

Tomamos café as 8am, abastecemos, e partimos para o Morro da Igreja. Essa é uma parada obrigatória para qualquer viajante que está na região! A vista é simplesmente magnífica! As nuvens estavam baixas, e tínhamos a impressão de estar “no céu”, olhando as nuvens por cima.

Morro da Igreja

Morro da Igreja

Saindo do Morro da Igreja, partimos para o Mirante da Serra do Rio do Rastro (passando novamente por Urubici). O trajeto é muito bonito, a maior parte com asfalto bom e vistas lindas, com muito verde e cheias de araucárias. Entrando na SC-390, o asfalto piorou absurdamente, mas nem chegou perto da “ruindade” do Rastro da Serpente.

Dia 3 (parte 2)

Dia 3 (parte 2)

Chegando no Mirante, a vista deslumbrante acima das nuvens impressionou ao mesmo tempo que decepcionou, pois escondeu as famosas curvas e nos impediu de apreciar a paisagem montanhosa enquanto descíamos a serra.

No Mirante, tivemos a visita de alguns Quatis, que ficam passeando livres e calmamente pelo local, à procura de comida fácil.

Mirante da SRR

Mirante da SRR

Descemos a serra cruzando as nuvens que havíamos avistado do Mirante. A umidade estava alta, chegando a condensar e molhar o capacete. No final, olhando para trás, para o sentido do qual viemos, não se via nada além de nuvens carregadas.

SRR Quati

Quati

Paramos para abastecer e tocar para Curitiba. Surpresa! O Waze estimava mais de 6 horas de viagem! E já era praticamente 16h da tarde! Tocamos para Curitiba, pela BR 101, pegando serração e chuva. Chegamos no Slaviero Hotel por volta das 23h, com frio e ensopados (quando começou a chover, não havia postos nem viadutos próximos onde poderíamos nos abrigar para vestir as capas de chuva)! Mas nada é tão ruim que não pode piorar. Um dos amigos tomou um “capote” ao descer da moto. Ao chegar na recepção do hotel, fomos informados que as reservas (feitas pela booking.com) não tinham sido efetivadas por culpa de uma funcionária do hotel. No fim, após alguns aborrecimentos, conseguimos entrar nos quartos (que sofreram um upgrade). Nem preciso dizer que a programação prevista de ir à algum bar foi por água abaixo.

Bramac descobriu que tinha perdido da chave do baú Givi que estava com todas as mudas de roupa! A chave reserva tinha ficado em Paulínia. O seguro não quis mandar o chaveiro, pois o problema era no baú, e não na moto (uh?! Sacanagem hein?!). Ele então acabou chamando um chaveiro 24hs, que não conseguiu abrir o baú! Ou seja, teve que se virar secando e usando a roupa que já estava usando. Ainda bem que já estávamos no penúltimo dia.

No total, rodamos nesse dia quase 700km! PQP!

Dia 4

Dia 4

Quarto dia (o retorno)

Acordamos as 7am, tomamos café, e partimos de volta pra casa. Felizmente, o trajeto de retorno não seria pelo Rastro da Serpente, mas sim pela BR-116 (Regis Bittencourt). Cerca de 30km saindo de Curitiba, paramos na famosa Estrada da Graciosa. Infelizmente, tempo fechado e muita serração, mas que não impediu de descermos a serra, que tem grande parte do seu trajeto feito de paralelepípedos. A estrada é linda e pitoresca, com muito verde e a mata atlântica margeando a pista continuamente, e diversos mirantes onde você pode parar para contemplar a natureza e comer/beber alguma coisa.

Entrada Serra da Graciosa

Entrada Serra da Graciosa

Voltamos para a Regis e continuamos o caminho de volta. Ao chegar próximo da Serra do Cachimbo, a rodovia tinha muitas obras, infinitos caminhões e, já próximo do Rodoanel Mário Covas, havia um acidente que só não nos parou completamente porque as motos passam pelos corredores!

O cansaço quer tomar conta, mas a saudade da família faz você continuar. Cheguei em casa as 20h, com o sentimento de desafio cumprido e a impressão de que não foi a última vez que visitarei aquela região!

Considerações e dicas:

  • Evite (mesmo!) fazer o Rastro da Serpente enquanto as obras não terminarem, a não ser que você esteja a fim de encarar um ambiente “off-road”.
  • Não se engane com o tempo que leva pra fazer os trajetos! A média de velocidade geral da viagem foi de 70km/h, ou seja, você vai demorar muito mais tempo do que está acostumado usando uma boa rodovia.
  • O clima na Serra do Rio do Rastro será sempre uma incógnita. Está bom em um dia, e ruim no outro. Se tiver uma agenda flexível, programe-se para ficar nos arredores da Serra por mais de um dia, assim se o tempo estiver ruim, ainda há chance de pegar ele limpo no dia seguinte. Consultar o site do mirante com cameras online pode ajudar.
  • É um absurdo a cobrança de pedágios para motos! A estrutura das praças de pedágios existente não foi feita para isso, e não sofreu qualquer adaptação para facilitar a vida do motociclista. Pelo contrário! Somos obrigados a usar as mesmas cabines dos carros e caminhões, que frequentemente tem o asfalto cheio de óleo!
  • Não dependa só do Waze, pois, com certeza, em algum momento ele ficará offline por falta de rede celular. Leve um aplicativo de GPS off-line, como o Here Maps, ou mesmo o Google Maps, lembrando de baixar os mapas antes.
  • Pousadas podem ser melhores que hotéis, vide a experiência com a Pica-Pau!
  • Apesar de ter moto há muitos e muitos anos, essa foi a primeira viagem verdadeiramente longa que fiz sobre duas rodas. Mesmo com todos os obstáculos, dores na coluna, braço, frio, chuva, etc,  o sentimento de liberdade proporcionado pelas duas rodas é insuperável.
Espírito Macgyver

É na hora do aperto que a criatividade aparece, kkkkk. Pegamos uma chuva brava chegando em Curitiba, que ensopou as roupas e obviamente os tênis. O que fazer?

O método do microondas não deu certo (eu avisei que não ia rolar, kkkk), então Bramac foi mais criativo e usou os abajures:

Eu enchi os tênis de papel higiênico, que puxaram boa parte da umidade durante a noite. Depois, enrolei a própria corda do secador de cabelo de forma que o interruptor ficasse pressionado, coloquei no mínimo, e deixei uns 10 minutos baforando em cada tênis, e funcionou 100%!

Secando o Tênis

Secando o Tênis

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Galeria de Fotos

Saindo de Tatuí

Vida longa e próspera! Up the Irons!

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