Não sou desses “xiitas” que acham que uma banda deve se prender há uma formação, em troca do seu próprio “bem estar” e/ou evolução. Nunca foi segredo que Blackmore era um “mala” dentro da banda. De talento inegável, e fazendo parte de um seleto grupo de músicos que deixaram sua marca na história da música, seu talento era proporcional ao seu “malismo”. Duvida??? Assista o clip da Perfect Strangers (um dos maiores clássicos da banda) e olhe bem para a cara dele… veja se não é cara de quem tá pensando “Ai que saco isso aqui!”.
A verdade é que Blackmore e Ian Gillan nunca se deram bem. Não que o relacionamento de Ritchie com o resto da banda era melhor, mas com Gillan o “bicho pegava” mesmo! Depois das inúmeras mudanças de formação (classificadas geralmente como
Match 1, 2, 3, etc.) , com gente saindo, entrando e voltando a toda hora (talvez tenha perdido só para o Black Sabbath), a coisa só foi melhorar com a saída definitiva de Blackmore (1993), que aparentemente numa atitude no mínimo “xiliquenta”, deixou a banda de sopetão, no meio de uma turnê, sendo substituído às pressas pelo não menos talentoso
Joe Satriani, que permaneceu com o grupo até o término da turnê, saindo depois para cumprimir seus compromissos “solo”, ficando o posto definitivo com Steve Morse.
Algum tempo depois, foi a vez da saída de outra lenda viva do Rock: John Lord. Mas desta vez a coisa foi em paz. Na verdade, pouca gente aguenta o rítmo louco das turnês constantes, ainda mais quando já se tem uma certa idade (os caras estão com mais de sessenta!), e Sir Lord , já cansado, resolveu se aposentar. Em seu lugar entrou Don Airey (ex: Ozzy Osbourne, Rainbow, Whitesnake) e que inclusive, já tinha feito parte do próprio Purple, em uma das milhares de formações anteriores. Alias, foi ele quem criou o marcante teclado de “Mr. Crowley“, clássico de Ozzy Osbourne.
O fato é que dali para frente, a banda rejuvenesceu, e lançou inúmeros discos, com ótimas músicas (vide, por exemplo, a marcante “Sometimes I feel like screaming“). Muitos dizem que nenhum desses discos conseguiu bater os velhos clássicos, mas temos que lembrar que clássicos não são formados apenas pela música, e sim por todo o contesto de uma época. Tão importante quanto fazer boas músicas, é se sentir dentro de uma família.
Mas voltando ao presente, esse post é na verdade para lembrar que o Deep Purple está se apresentando novamente no Brasil. Os caras aparentemente gostaram muito daqui, pois têm vindo pra cá todos os anos, algumas vezes até mesmo com tempo para passar pelo “Programa do Jô“, e serem submetidos a perguntas idiotas do tipo “First time in Brazil?”. Este link contém alguns vídeos das apresentações dos últimos dias. Vale pelos vídeos… pelo texto, julgue você mesmo.
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