Já não é a primeira vez que compro um notebook e ao reproduzir qualquer som no Windows, desde um simples “beep” de notificação do sistema até um áudio qualquer, dá pra ouvir um pequeno ruído logo que o áudio começa a ser reproduzido, o que considero no mínimo irritante!
Depois de muita pesquisa, descobri que se trata da configuração de economia de energia do dispositivo de áudio! Para economizar energia (será que economiza tanto assim?!?!) o driver desativa o dispositivo passado algum tempo desde a reprodução do último áudio. Com isso, quando um novo som é reproduzido, o driver “liga” a energia do dispositivo, o que acaba gerando o tal ruído nos alto-falantes. Depois de reproduzido o som, o driver aguarda um determinado tempo para desligar a energia, o que as vezes também pode gerar um ruído perceptível.
A solução é encontrar no registro do Windows a classe que representa o driver de áudio (no meu caso, da Realtek) e desligar a economia de energia para ele. Um artigo da Microsoft explica os parâmetros que podem ser modificados. No meu caso, apenas coloquei zero no parâmetro PerformanceIdleTime, desligando a economia de energia quando o notebook estiver plugado na tomada. Bastou alterar o valor e reiniciar o Windows que o problema foi resolvido!
Para encontrar a classe que se referia ao dispositivo de áudio em questão, abri o regedit do Windows, fui até HKEY_LOCAL_MACHINE\SYSTEM\CurrentControlSet\Control\Class\ e mandei buscar pela palavra “Realtek” (encontrou vários locais). Depois disso, fui procurando pela opção PowerSettings, onde se encontra o parâmetro PerformanceIdleTime, e fiz as alterações descritas acima.
A friend of mine who visited Brazil many years ago and tasted my wife’s feijoada recently asked me about its recipe. A few days ago, Beth (my wife) was about to make a feijoada and I took some pictures and collected the necessary information to teach my friend how to prepare it. I’m publishing the instructions here, in English, so other foreigners can try this really tasty Brazilian typical food.
By the way, there is a legend in Brazil that feijoada was a food made by/for the slaves using the remaining meat from the “big house”, but that’s not true. Feijoada is an adaption of cassoulet and, imho, a much better and enhanced version.
Feijoada is mostly black beans mixed with different cuts of pork meat and sausages, and should be eaten preferably in the winter. If you wanna give it a special touch, you can prepare it in the wood stove 😉
So, let’s go… I’ll do my best to translate the ingredients names correctly. Probably some of the sausages can be hard to find outside Brazil, but with the currently globalization, I believe it is possible to find anything anywhere:
Black beans
Calabresa sausage (google translated as Pepperoni Sausage, but I don’t think it is really the same thing)
Paio sausage (Google doesn’t know how to translate this)
Pork loin
Smoked pork ribs
Jerked beef
Smoked bacon (or maybe, as my friend said after looking at the photo: fat salt pork)
For the ingredient amounts, well… for this recipe, we used 1kg of black beans, 250g of calabresa, 170g of Paio, 350g of ribs and 150g of bacon. You may play around with the quantities as you wish, but this amounts already gave us a great feijoada!
PS: Some people like also to add pork foot, ear, etc. We don’t, but this is a personal taste.
Preparing the feijoada
You must start preparing it one day before eating. At night, put the black beans into water and let it sleep overnight (if necessary, you can complete with more water from time to time, since the beans will probably absorb the water).
Get a pan and put the jerked beef covered with water. Leave it there for 30 minutes. You can do the same with other salted meats that you may have. This is to remove the salt from the meat, as you probably guessed. Throw out the water, and repeat the process two more times, but for the 2nd and 3rd times, you will boil the meat in the water to help with the salt extraction.
After the 3rd cycle, you put the jerked beef and the ribs with a new water and cook it under pressure for about 20 minutes, but this time don’t throw out the water at the end! You will use it later.
Using a knife or fork, check if the meats are already soft. If so, and if you are like me, you will clean up the meat removing all the white “crap” from it (fat, tendons, etc). This is an optional step and really depends on your own taste. Some people love what I’m calling “crap” here, and probably are cursing me for doing this 🙂
Put the cleaned jerked beef back to the same water that you used to cook it, close the pan and leave it resting overnight. Remember that the beans are still in the water and should be left there for the next day. Go to sleep! You have more work tomorrow!
Good morning! Time to continue the preparation… Skin the sausages and slice the calabresa, paio and half of the bacon. You can do like Beth and slice each one in different shapes 😉
Put them into a big pressure pan (yep, the biggest one you may have).
Put the beans into the same pressure pan containing the sliced sausages/bacon and add more water until its level becomes twice the level of the ingredients.
Close the pan and cook it under pressure for 10 minutes (start counting the time after the pan gets full pressured). After that time, depressurize it at once but leave the fire on.
In a skillet, put some oil and add the pork loin (already seasoned to your taste) cut in cubes. When it dries, add some water and keep repeating this until the loin becomes soft (my friend said the name of this technique is brown and braise).
Cut/slice the remaining of the bacon. It will be used later, mixed with other spices to make the seasoning. Take the moment to soak almost a full garlic head in the water. This makes it easier to peel it later.
Add the jerked beef (with its water) and the loin into the pressure pan containing the beans, etc and stir. Since the beans are already soft, you don’t need to keep it cooking under pressure. Just leave the pan open and the fire on until the broth gets thicker (look the above picture).
The seasoning
Smash the peeled garlic with salt. Put the remaining sliced bacon into the same pan that was the loin and let it toast. Add onion and the smashed garlic, and pepper if you may (I don’t).
When it looks ready, add a bit of the feijoada to the seasoning’s pan and boil altogether for a few minutes. Now you should have two pans, one still cooking the feijoada, and the other cooking the seasoning – if you don’t, get to the Delorean and go back in time and repeat the process correctly this time;-)
Add the seasoning to the feijoada, stir and taste it to check if it needs more salt. Leave the fire on until the broth gets thick enough (do not pressurize the pan!).
Bon apetit!
You did! I hope you got a wonderful feijoada! Usually we eat it with rice, braised cabbage, vinaigrette and farofa! Fried manioc is also good.
Dia 14 de fevereiro de 2021, o Delphi completou 26 anos! Ainda me lembro quando comprei o Delphi 1, na falecida Fenasoft, por R$ 50 (um preço excelente, diga-se de passagem). Guardo ele até hoje, com muito carinho, inclusive os manuais, etc.
Vinha de um histórico que, no IBM-PC, passou por Turbo Pascal, ASM, dBase/Clipper, isso tudo em ambiente DOS. Quando o Windows começou sua ascensão com o lançamento da versão 3, procurei algumas linguagens de programação para aquele ambiente, mas não me adaptei à nenhuma delas! Nem mesmo ao Turbo Pascal para Windows! Era tudo muito “cru”, chamadas de API com nomes gigantescos que dificilmente conseguiria memorizar, pouca praticidade, tudo muito manual, etc.
Foi então que em 1.995 o Delphi foi lançado, e com isso finalmente comecei a me aventurar em programação para Windows, sem precisar me martirizar com chamadas explícitas à APIs com nomes estapafúrdios, nem tentando imaginar como ficaria uma tela em runtime e, para a minha felicidade, usando uma linguagem que eu adorava: Pascal. Além disso, já trazia acesso à diversos bancos de dados através da BDE! Tudo bem, a BDE depois se provou como algo problemático e deficiente, mas para a época, parecia uma maravilha!
A VCLpossibilitava construir aplicações com uma interface rica, de forma rápida e intuitiva! Houve um “boom” de componentes de terceiros, alguns uso até hoje, como Infopower, IBObjects e ReportBuilder (na época conhecido como piparti). Havia também uma infinidade de livros de Delphi, tanto no mercado internacional como no nacional. Foi realmente uma época de ouro!
Algumas versões ficaram eternizadas como o suprassumo do Delphi, e ainda são usadas por muitos desenvolvedores, como o Delphi 5 e o 7.
De lá pra cá, muita coisa aconteceu com ele: da Borland passou para a Inprise que passou para a CodeGear que passou para a Embarcadero (será que esqueci de alguma?). O Delphi sofreu bastante com essas mudanças. Algumas versões deixaram muito a desejar, principalmente em termos de qualidade/estabilidade da IDE. O Help integrado, que era excelente, foi “esquecido” por algum tempo e até hoje sofre os efeitos disso. Algumas apostas se mostraram furadas, a ponto de serem desprezadas algum tempo depois (Delphi for .NET, Delphi for PHP, Kylix, etc). Uma falta de política focada em universidades também contribuiu para que o Delphi perdesse espaço no meio educacional. Muita gente falando que o Delphi tinha morrido (alguns ainda falam ou acreditam nisso), mas estão muito enganados! Felizmente isso vem mudando nos últimos anos, e o Delphi nunca foi tão ativamente desenvolvido como agora.
O fato é que, 26 anos depois, o Delphi continua sendo minha ferramenta de programação preferida. Ele me possibilitou criar todos os tipos de aplicações que precisei desenvolver até hoje! Se integra com tudo e permite desenvolver qualquer tipo de projeto, desde jogos até aplicações comerciais, sites, webservices e – mais recentemente – aplicações mobile (iOS/Android), bem como para Linux ou MacOS, mantendo todo o poder do RAD (Rapid Application Development). Em termos de produtividade, creio que não tenha concorrente que ofereça o mesmo potencial! Quem trabalha sozinho e precisa dar conta de tudo: análise, desenvolvimento, suporte, etc. dificilmente daria conta do recado sem ter algo como o Delphi ao seu lado!
Enfim, fica o meu agradecimento à todos aqueles que possibilitaram o surgimento de algo tão revolucionário como foi o Delphi, e aos que até hoje trabalham pelo seu sucesso, incluindo os desenvolvedores que, como eu, sempre acreditaram na ferramenta.
Parabéns Delphi, muitos anos de vida!
PS: Durante muitos anos fui presidente do DUG-BR (Delphi Users Group Brazil). Naquela época, organizávamos eventos sobre Delphi, que chamamos de DDD (Delphi Developers Day). Foi um tempo muito bom, de muito aprendizado, onde conhecemos muita gente nas diversas cidades onde fizemos os DDDs, mas isso é uma outra história, para um outro post 😉
Demoscene é uma subcultura da arte computacional especializada na produção de demos, apresentações áudio-visuais não-interativas, que são executadas em tempo-real em um computador.
Wikipedia
A definição acima descreve bem resumidamente o que era a Demoscene, mas minha intenção nesse post é falar sobre como a conheci, além de lembrar um pouco do contexto da época e do porque considerar as demos algo especial que merece ser lembrado.
Contexto
No final da década de 1980, início da década de 1990, o poder computacional dos microcomputadores era muito, mas muuuuito mais limitado do que qualquer smartphone atual! No Brasil, o mercado de microcomputadores era basicamente composto por clones do Apple II (fabricados pela CCE, Dismac, Microdigital, etc) e por IBM/PC’s (fabricados pela Prológica, Itautec, etc), além de algumas outras marcas/plataformas menos importantes (fãs dos MSX vão querer me matar). Os Apple II (obrigado Steve Wozniak), eram basicamente usados em cursos introdutórios de informática, onde se aprendia os conceitos básicos de programação utilizando o próprio Basic nativo. Os cursos mais “avançados” usavam os PCs (XT, AT, 286, 386) para ensinar dBase/Clipper, Supervisicalc (o avô do Excel), Wordstar (avô do Word), etc.
Quem tinha um pouco mais de dinheiro podia se dar ao luxo de fugir desses PCs nacionais “meia-boca” e montar seus próprios PCs, geralmente com peças trazidas do Paraguai pelos “muambeiros”. Era comum os chamados “foguetões”, ônibus fretados que saíam em direção à Ciudad del Este numa sexta-feira, percorrendo milhares de km, chegavam lá no sábado de manhã, deixavam o pessoal fazendo compras para voltar logo em seguida. Trazia-se de tudo! Desde alho, roupas, brinquedos, até impressoras, monitores (de tubo), placas mães, cpus, gabinetes, placas de video, memórias, etc. Isso porque a reserva de mercado tornava praticamente impossível importar computadores fabricados no exterior (tudo para fomentar a indústria nacional… nem preciso dizer que não deu certo)!
Um PC “top” da época seria um 386DX de 40Mhz, com 4MB de RAM, placa SuperVGA, monitor Samsung Syncmaster 3 ou 4, modem USRobotics, etc. Percebeu que até agora não usei a palavra GIGA pra nada?! Pois é! Processadores de 40 MEGAHertz, 4 MEGAbytes de RAM, etc… inacreditável, não?!
A internet era para poucos! Na verdade, a maioria das pessoas nem sabia que ela existia. Basicamente, no Brasil, a internet só existia em algumas universidades públicas. Ainda assim, a World Wide Web (WWW, ou simplesmente Web) era uma recém-nascida e desconhecida por nós. Usar a internet significava basicamente usar programas específicos para executar funções específicas: ftp para troca de arquivos, nntp para grupos de discussão, IRC para chat ao vivo, Telnet para conectar computadores remotos, etc. Com a popularização da Web, ela acabou se tornando quase que um sinônimo para a internet (obrigado Mosaic e Netscape).
Nessa época, comecei um estágio na ESALQ/USP, onde tive o primeiro contato com a rede mundial de computadores. Eu já era SysOp da WarmBoot BBS, e acessar a internet abriu um mundo novo de possibilidades para obtenção de arquivos para disponibilizar aos usuários do BBS. Até então, os acervos de arquivos dos BBS eram baseados em CDs de shareware ou no envio de arquivos pelos próprios usuários. Com a internet, mais especificamente com o FTP e sites como o Simtel 20, ficava muito mais fácil e rápido ter acesso à programas e novidades das mais variadas! Foi numa dessas “zapeadas” pelos FTPs da vida que vi um diretório de arquivos chamado “demos“. Baixei alguns pra ver do que se tratava, e foi aí que meu interesse pela Demoscene nasceu.
Demos?
As demos eram programas, geralmente codificados em linguagem C e/ou assembly (linguagem de máquina), onde o objetivo era criar animações gráficas explorando ao máximo os recursos (limitados) dos hardwares disponíveis, gerando objetos em 3D, chamas, sombreados, etc.
Uma boa demo era aquela que conseguia reunir as seguintes características:
Maior suavidade nos movimentos
Boa resolução
Trilha sonora original (geralmente arquivos MOD nas Demos, e MIDI nas Intros)
Efeitos gráficos
Muito “3D”
O menor tamanho de executável possível
Hoje em dia é normal assistirmos filmes repletos de efeitos especiais e cenários que só existem digitalmente. Essas cenas são todas renderizadas (desenhadas) por softwares executados em computadores “fodásticos”, que no final geram uma sequência de imagens que vão compor as cenas do filme. Esse processo pode levar horas, dias, semanas ou meses, dependendo da complexidade dos objetos na cena, duração, resolução e nível de detalhamento desejado, etc.
O fantástico das demos era que praticamente tudo que você estava assistindo estava sendo calculado e desenhado em tempo real, usando hardwares extremamente variados e limitados! Diferente de um filme que já tem todas as cenas produzidas anteriormente, as demos calculam e geram as animações na hora!
Geralmente eram produzidas por várias pessoas, entre programadores (coders), artistas gráficos, compositores, etc. Algumas se juntavam e criavam um DemoGroup, como, por exemplo, Future Crew, Twilight Zone, Renaissance, Triton, etc.
A maioria desses DemoGroups eram compostos por pessoas dos países nórdicos, especialmente finlandeses. A impressão que dava era que quanto mais gelado o país, melhores eram as demos… talvez seja um efeito de não poder sair pra badalar devido ao frio intenso 😀
Com o passar do tempo, campeonatos anuais de demos começaram a ser organizados, como o Assembly e a The Party. Esses campeonatos reuniam diversos integrantes de vários DemoGroups, onde as demos eram apresentadas e avaliadas para se eleger as vencedoras. Criou-se até mesmo categorias de competição: 1K Intros, 4K Intros, 64K Intros, PC Demos, etc.
Li em uma entrevista, há alguns anos atrás, que o compositor (Purple Motion) havia criado toda a trilha sonora direto no computador, um Commodore64, sem ter nem ao menos um piano ou sintetizador pra ajudar! Para isso eram usados os trackers, programas que permitiam compor músicas diretamente no computador, geralmente no padrão MOD ou alguma variação dele.
Second Reality
Após ganhar o primeiro lugar no Assembly em 1992 com a Unreal, a Future Crew apresentou no Assembly’93 a Second Reality (ou Unreal 2), sua mais nova criação, trazendo gráficos e efeitos ainda mais elaborados. Algumas das ideias eram claramente uma evolução de partes da Unreal, assim como alguns objetos 3D. Ganharam o primeiro lugar, de novo!
O código fonte da Second Reality foi aberto e publicado no Github em 2.013, em comemoração ao aniversário de 20 anos!
As demos no Brasil
Infelizmente, desconheço a existência de um DemoGroup brasileiro, muito menos de algum campeonato nacional de demos. Como já comentei, naquela época a internet era para pouquíssimos, sendo mais comuns os BBS como forma de “comunidade digital” para troca de mensagens, arquivos, etc. Como SysOp, comecei a disponibilizar na WarmBoot BBS as demos que eu baixava da internet. Não demorou muito para que esses arquivos fossem parar em outros BBS do país, e com isso mais pessoas passaram à aprecia-las!
A internet também me possibilitou entrar em contato com alguns DemoGroups por e-mail, e assim a WarmBoot BBS passou a ser distribuidora oficial da FutureCrew, Renaissance e Twilight Zone, no Brasil!
Naquela época ainda tinha tempo para brincar com diferentes linguagens de programação e técnicas “baixo nível”, como programação VGA, etc. chegando inclusive a criar uma pequena intro escrita em Assembly para ser distribuída com todos os arquivos do WarmBoot BBS, a Great2!, que fazia uso de técnicas de refresh da VGA para simular uma tela kickando suavemente, enquanto uma música era tocada em background juntamente com um “VU meter” em tempo real. A música eu peguei pronta na internet, bem como o código do midi player que à executava. O executável final ficou com 6KB, apesar que “trapaceei” usando um compressor, visto que provavelmente só os dados da música já ocupavam mais que isso.
IBM/PCs não são legais…
Pelo menos não para as demos 😉 O fato é que IBM/PCs não foram projetados com a intenção de serem “centrais de entretenimento”. Na época, existiam computadores muito mais “demo friendly”, sendo o Amiga o mais conhecido… bom, pelo menos lá fora, já que não existia fabricação nacional de “clones” do Amiga, portanto, era uma raridade encontrar um por aqui.
O Amiga veio de um projeto que originalmente visava ser um video game, portanto, sempre foi focado em gráficos e som, um paraíso para os demo makers! Com isso, conseguia realizar tarefas gráficas muito mais rapidamente do que um IBM/PC. O Amiga já de cara nasceu com um sistema operacional gráfico, e usava CPUs da Motorola, os mesmos que a Apple usou no Macintosh durante um bom tempo.
Enfim, com a proliferação mundial dos micros compatíveis com IBM/PC, os demo makers acabaram desenvolvendo também demos para essa arquitetura, felizmente para nós!
Enfim, era isso que tinha pra falar… post recheado de velharia e saudosismo. Muitos irão matar saudades, outros provavelmente vão descobrir coisas que nunca ouviram falar.
Espero que a leitura tenha sido divertida e que tenha despertado a curiosidade sobre as demos. Visitem os links e terão muito mais informação sobre o assunto!
Em pleno século 21, acho inaceitável ter que recorrer a despachantes para fazer uma simples documentação de veículo 0km. O governo investe para modernizar e simplificar os processos e muitas vezes por “medo” ou “comodismo”, acabamos não usufruindo dessas mudanças e tendo gastos desnecessários. Os despachantes estão cobrando em média entre R$ 200-300 para fazer o registro, valor que muitas vezes deve incluir um “extra” para agilizar a emissão dos documentos, pois o processo é um só… não existe o jeito rápido e o lento.
Felizmente, em tempos de pandemia, o Detran-SP implementou em seu portal uma forma de fazer o registro do veículo via internet, mas a sensação que dá é que parte do processo ainda é bastante “manual”, pairando uma desconfiança se funciona ou não.
Começando pela “fase 1” do processo, onde você deve enviar a documentação básica para validação, o que inclui a nota fiscal do veiculo, contrato social da empresa (se estiver em nome de PJ – meu caso), documento de identificação pessoal, etc. e o preenchimento de um formulário bem simples, que pede informações que qualquer um consegue informar.
A primeira ressalva vem do fato de que ao enviar o formulário com os documentos anexados, é exibida apenas uma mensagem (veja a imagem abaixo) dizendo que os dados foram recebidos e que dentro de 3 dias úteis será enviado um email com as guias para pagamento de ipva/dpvat/etc. Não existe um número de protocolo que prove que você enviou a requisição, ou que possa ser consultado pra saber o andamento do processo 🙁
Enfim, 3 dias depois, recebi o email do Detran, com a Guia do IPVA e DPVAT à serem recolhidos (nenhuma delas tinha o número do renavan). Além disso, é necessário pagar a taxa do primeiro registro. Vale observar que as guias chegaram em PDF, mas fica claro que são versões digitalizadas de documentos que haviam sido impressos manualmente, ou seja, alguém no Detran imprimiu as guias, digitalizou e gerou o PDF que foi enviado por email:
Outra informação não tão obvia se refere à como pagar a tal taxa do primeiro registro. Imaginei que haveria algum documento/guia com código de barras, mas não! Nenhum tipo de guia foi enviada. Comecei a fuçar e vi que no site do Santander Empresas há opção de recolher essa taxa, informando apenas o CNPJ da empresa. Tentei fazer pelo internet banking, mas não consegui (bug no site do Santander) e, depois de perder mais de uma hora no telefone com atendentes que não souberam resolver o problema, resolvi ir por conta e risco até uma agência e pagar direto no caixa eletrônico (funcionou, mas não precisava ter perdido todo esse tempo… lamentável!).
De posse do comprovante de pagamento do ipva/dpvat/1º registro, começa a fase 2 do processo. Novamente, pelo portal do Detran, preenchemos outro formulario com poucas informações, anexamos os comprovantes e enviamos pra eles. Mais uma vez, não é gerado nenhum número de protocolo… apenas uma tela dizendo que receberemos um contato via e-mail dentro de 3 dias úteis.
Passados 3 dias úteis, recebi um email muito mal redigido, dizendo que o processo havia sido concluido com sucesso. A mensagem está reproduzida abaixo:
Protocolo: #########
Prezado (a) cidadão (ã),
Em resposta à sua manifestação, informamos que a documentação estácorreta e o serviço foi concluído.
Para salvar, baixar ouimprimir o licenciamento de seu veículo, acesse o portal doDETRAN.SP(www.detran.gov.br), o portal do Departamento Nacional detrânsito(Denatran, www.denatran.gov.br) ou baixe o aplicativoCarteira Digital de Trânsito – CDT (SOMENTE para pessoas físicas)nas lojas para Android e IOS.
Para incluir o licenciamentono aplicativo CDT encaminhamos também o código de segurança dodocumento que foir emitido que é: #########
Caso seja necessárioemplacar seu vículo, entre em contato com uma das empresascredenciadas ao Detran.SP
(veja a lista emwww.detran.sp.gov.br),opção no rodapé do portal “credenciados”, “Empresasemplacadoras”.
Agradecemos sua manifestação e ressaltamos a importância do seu contato para o aprimoramento dos serviços do Detran.SP.
Atenciosamente,
(nome e sobrenome do responsável pela resposta) (cargo que ocupa) Detran.SP Governo do Estado de São Paulo
PS: A mensagem é assim mesmo, não é falha de copiar/colar.
Além do fato de estar redigida porcamente (a falta de espaços não é falha minha, chegou assim mesmo), dá a impressão que é uma mensagem padrão enviada no final do processo para qualquer requisitante, seja ele pessoa física ou jurídica.
Alguns problemas:
Não foi informado o número da autorização para estampagem (emplacamento) – sem ele não dá pra emplacar!
Não é informado o número do renavan, necessário para fazer praticamente qualquer coisa referente ao veículo no portal do Detran, como, por exemplo, imprimir o CRLV-e.
Não é mencionado que o próximo passo seria agendar a retirada do CRV no Poupatempo.
O carro estava em nome de Pessoa Jurídica, mas a mensagem diz que poderia emitir o CRLV-e pelo aplicativo CDT (Carteira Digital de Trânsito), ao mesmo tempo que informa que ele só serve para pessoas físicas! Porque colocar essa informação no email então?
Informaram um código de segurança que, no meu caso, não serviu pra nada.
Enfim, fiquei numa situação de “limbo”. Não posso emplacar porque não tenho o código de estampagem. Não posso emitir o CRLV-e porque não tenho o renavan. A única informação que eu tinha até então era a placa do veículo, que havia sido escolhida durante a fase 1. Faço o que então?
Entrar em contato com o Detran-SP é uma tarefa complicada! Todos os telefones encontrados pelo Google não funcionam mais. O formulário do “Fale Conosco” do site muitas vezes não funciona e, quando funciona, nem mesmo dá um prazo para obter a resposta (geralmente mais de uma semana). O link para falar com a ouvidoria joga você de volta pro formulário do Fale Conosco, numa óbvia tentativa de dificultar qualquer contato com a mesma. Enfim, fazem de tudo para que você desista de fazer contato, muito menos com algum ser humano.
Foi então que decidi recorrer às redes sociais. Na página do Detran-SP no facebook nem mesmo é disponibilizada a opção de enviar uma mensagem. Foi no twitter que finalmente consegui algum tipo de interação com um “ser vivo”, que por sinal me atendeu bem, solicitou alguns dados e disse que retornaria com alguma informação em breve, visto que teria que repassar esses dados para outra equipe, pois eles não tem acesso às informações dos veículos da base do Detran (?!). Como já era mais de 17h, a resposta ficou para o dia seguinte. Foi só assim que finalmente consegui o código de estampagem. No entanto, não me passaram o renavan! Disseram que o próximo passo seria agendar a retirada do CRV no PoupaTempo, e depois ir fazer o emplacamento. Fiz a solicitação de agendamento, e ainda estou aguardando a resposta. Enquanto isso não acontece, através de uma das estampadoras de placas credenciadas na cidade, consegui que eles puxassem o número do renavam pela placa do veículo, e assim finalmente emiti o CRLV-e!
Enfim, o processo de registro funcionou, mas está longe de ser algo ideal ou mesmo automatizado. O fato de (aparentemente) haver muita interação manual no trâmite do processo (por parte do Detran) dá margem a erros. Os emails “padronizados”, onde falta informação essencial para a finalização do processo, são outro problema inaceitável. A falta de um número de protocolo para poder acompanhar o processo deixa tudo ainda mais nebuloso. Para encerrar, a dificuldade de ter alguma forma de contato com um ser humano, e ter que recorrer à formularios de contato que nem sempre funcionam e cuja demora na resposta pode levar dias ou semanas, deixa tudo ainda pior.
Há muito espaço para melhoria, e espero que assim aconteça, afinal, num mundo conectado, já passou da hora do cidadão poder resolver a “BURROcracia” por conta própria, de forma fácil e ágil, sem ter que gastar ainda mais dinheiro pra isso.
Stevie Ray Vaughan foi um daqueles raros artistas que já nascem com o dom que alguns outros tentam adquirir no decorrer da vida, com estudo e dedicação, e muitas vezes sem o mesmo sucesso!
Desde cedo já se destacava dentro do blues, deixando muitos mestres como Buddy Guy, Albert King, B.B. King, Eric Clapton, etc. de queixo caído! O fato do seu irmão mais velho (Jimmie Vaughan) já se apresentar em bares quando Stevie ainda era adolescente facilitou para que ele entrasse/tocasse nesses lugares, e tivesse contato com muitas lendas do estilo.
Infelizmente, meu primeiro contato com sua música foi depois de ver a notícia da sua morte num trágico acidente de helicóptero (agosto de 1990) – detalhe: ele decidiu ir naquele helicóptero em cima da hora, depois de ser avisado que um lugar tinha ficado vago. Fico imaginando quanto mais Stevie teria pra nos oferecer se não tivesse morrido tão cedo – tinha 35 anos. Menos mal que temos um farto material oficial (e uma infinidade de bootlegs de shows) para nos manter saciados enquanto aguardamos o aparecimento de alguém tão bom quanto ele para tentar compensar a perda.
Não existia Stevie sem o blues e sem a guitarra – essa é a única forma de descrever sua relação com o estilo e com o instrumento. Quando tocava, as três coisas se tornavam uma só! Sem nunca ter estudado música e sem saber ler partituras, seu talento era natural e num nível de excelência quase que impossível de se alcançar. É difícil imaginá-lo sem a sua famosa guitarra number one (uma Fender 1959 toda mexida). Lenny, sua primeira esposa, disse que acordava as vezes durante a noite com Stevie dormindo mas com as mãos se movimentando como se estivesse tocando a guitarra – nem dormindo ele parava de tocar 🙂
Texas Flood, além do nome do seu primeiro trabalho oficial com a Double Trouble, é o nome desse livro e também de uma das músicas que, apesar de não ser de sua autoria, ficou consagrada na sua interpretação!
O livro é bem diferente de outros que já li sobre ele, pois descreve Stevie através da visão de diversas pessoas próximas que acompanharam sua vida/carreira, ou que dividiram o palco com ele: seu irmão Jimmie, Tommy Shannon + Reese Waynes + Chris Layton (Double Trouble) e de muitos outros artistas como Buddy Guy, Eric Johnson, Joe Perry, B.B. King, etc. Ou seja, o livro foge do modelo tradicional de biografia, mas segue uma linha de tempo consistente, retratando cada uma das fases através de depoimentos de quem as viveu junto com ele. E nada passa batido, inclusive a fase mais difícil onde (pra variar) o consumo de drogas e álcool quase o matou!
Para quem toca guitarra, gosta de blues ou simplesmente ama a música, é uma ótima fonte de informação pra conhecer melhor um dos maiores ícones do estilo! Infelizmente não temos uma edição em português, mas você pode comprar a versão em inglês facilmente pela Amazon, tanto em formato digital ou em papel.