Saudades do “baixo nível” :)

Há alguns dias atrás, fuçando em uma pilha de CDs do “fundo do baú”, encontrei um CDShare de 1994, que até onde lembro, foi distribuído na (falecida) Fenasoft.

O CD era montado pela Kanopus e distribuído pela RBT (Rede Brasileira de Teleinformática). A WarmBoot BBS, da qual fui SysOp, era integrante da RBT, e contribuía com o conteúdo do CD disponibilizando as edições do WarmNews, uma revista eletrônica em SVGA que eu havia desenvolvido em Turbo Pascal + inline ASM, contendo matérias de interesse geral, especialmente para os usuários de BBS.

Para situar os mais novos (que já nasceram na época da Internet), os BBS eram servidores conectados a linha telefônica através de modems, onde as pessoas se associavam e conectavam (via modem discado) para trocar mensagens e arquivos.

Mais detalhes do WarmNews ficam para um próximo post. Esse aqui é pra tratar de um pequeno executável chamado great2!.exe que era distribuído com todos os arquivos da WarmBoot, e continha informações sobre o BBS, como conteúdos, telefone, etc.

O great2! foi feito em Assembly, e tinha cerca de 6kb de tamanho (após ser comprimido pelo lzexe). Naquela época, um dos meus passatempos era programar em baixo nível, especialmente em Assembly. Ainda tenho aqui livros sobre programação “baixo nível” pra EGA (quem lembra disso?), VGA e SVGA. Devido ao pouco poder de processamento dos 286 e 386, qualquer coisa “gráfica” decente precisava ser feita em ASM para que tivesse a performance adequada. A particularidade do great2! era que ele não usava gráficos, mas sim tela texto “normal”, e rotinas em ASM para sincronizar a pintura da tela com o refresh do monitor (CRT, obviamente), de forma a se conseguir uma rolagem e transições suaves! O pequeno executável também tocava um “midi” em background (na época, a SoundBlaster era o padrão em placas de som, totalmente compatível com a – ainda mais arcaica – AdLib), exibindo um “VU” na tela para cada instrumento da música, dando um efeito de “spectrum analyzer” 😀

A rotina de música e a própria música em si peguei prontas na – até então só disponível em universidades públicas – Internet.

O mais impressionante é que consegui rodar o great2! (e o WarmNews também) em um emulador de DOS (DosBox dentro do Windows 7 64bits) e funcionou perfeitamente, inclusive com som e rolagens suaves!

Abaixo segue um vídeo que gravei do great2! sendo executado. Saudades de quando tinha tempo de brincar com essas coisas…

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SRV: Day by Day, Night After Night – His Final Years, 1983-1990 [review]

srv-livroImperdível, para qualquer fã de Stevie Ray Vaughan!

Stevie foi um grande guitarrista, talvez o melhor, que já passou pelo mundo do Blues!

A vida é cheia de fatos curiosos e inexplicáveis: nunca tinha ouvido falar de Stevie até que vi a notícia sobre sua morte na TV. Lembro até hoje da notícia dada no Jornal Nacional que, por algum motivo que desconheço, ficou marcada na minha memória. Tempos depois, tive meu primeiro contato com a música de Stevie, e a partir de então, me tornei um fã e admirador do seu trabalho.

Ouvir e ver Stevie tocar é a confirmação de que existem pessoas que simplesmente nascem com o dom da música em suas almas, e ele com certeza era uma delas. A guitarra tornou-se uma extensão do seu próprio corpo. Enquanto tocava, eram uma coisa só. Sua paixão pela música e pelo instrumento era expelida em cada nota que saía de sua guitarra!

O livro é escrito de forma curiosa, mas que funcionou muito bem: seguindo uma sequência cronológica, ele lista praticamente tudo que já se falou, publicou ou se exibiu sobre Stevie, datas de apresentações, set lists, etc,  intercalando essas informações com depoimentos da época, dados por amigos, companheiros de banda, músicos e familiares e muitas, mas muitas fotos!

Cobre também a fase onde Stevie quase morreu devido ao abuso de álcool e drogas, e como conseguiu superar tudo isso e ficar limpo até o final da vida.

As páginas que tratam do acidente que matou Stevie, com detalhes e depoimentos de pessoas que estavam com ele minutos antes do ocorrido, são de pura emoção! Pode-se sentir a aflição, a tristeza e o choque da notícia em cada uma das narrativas.

Stevie era um artista que chegou no topo, mas que não deixou o sucesso subir a cabeça. Ficava puto quando colocavam seus ídolos pra abrir seus shows, demonstrando o respeito e a admiração que tinha por aqueles que o influenciaram.

Até hoje, ninguém conseguiu chegar perto do seu talento. Eric Clapton disse que se sentiu “envergonhado” diversas vezes por sua habilidade “limitada”, após assistir Stevie se apresentando.

O livro é nota 10 e deveria fazer parte da estante de todo fã! Infelizmente, ainda não há uma versão em português. Se você lê inglês, pode comprá-lo direto na Amazon. Se não lê mas é fã, vale a pena somente pelas fotos que contém! A qualidade é excelente como pouco se vê nos livros de hoje em dia: capa dura, totalmente colorido, impresso em papel couche.

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Black Friday “Brasileiro” aparentemente será mais um mico!

Infelizmente, o comércio brasileiro ainda trata os consumidores como idiotas ou pessoas sem cérebro! Nos últimos dias, pudemos observar uma avalanche de anúncios nas mídias on-line, referentes a descontos de até 90% nessa sexta-feira “Black”.

A “Black Friday” tem tradição nos Estados Unidos (é a sexta-feira logo após o feriado de Ação de Graças), onde formam-se longas filas nas lojas, durante a madrugada, para comprar produtos com descontos excelentes. Desde o ano passado, o comércio brasileiro (especialmente o comércio eletrônico) vem tentando trazer a tradição do “Black Friday” para o Brasil, como uma tentativa de fazer o povo consumir. No entanto, o que se viu ano passado foram descontos fajutos, onde os preços eram aumentados na “véspera” da promoção, fazendo com que o o valor final (após aplicado o desconto “negro”) ficasse próximo ao que se praticava nas semanas anteriores. Ou seja, puro marketing pra tentar enganar o consumidor e fazer com que ele gaste mais achando que está economizando por causa do “super desconto”.

A matemática é simples: Imagine um produto que costuma ser vendido a R$ 1.000. Na Black Friday, anunciam que o produto está com 50% de desconto, só que na véspera, aumentam o preço do produto pra R$ 1.800, ou seja, o preço final será R$ 900, um desconto real de 10% em relação ao preço praticado “normalmente”. Não duvido que haja casos onde o preço final fique igual ao preço “normal” do produto.

Infelizmente, tudo indica que esse ano a palhaçada se repetirá. Quer ver? Entre em http://www.jacotei.com.br e procure um produto eletrônico, por exemplo, tablets, celulares, TVs, etc. Depois, clique no botão “Gráfico de preços” e observe que nos dias que antecede a “Black Friday”, os preços sofrem um aumento absurdo, vide exemplos abaixo:

 

 

NÃO SEJA TROUXA, CONFIRME SE REALMENTE ESTÁ PAGANDO MENOS ANTES DE COMPRAR NA BLACK FRIDAY!

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Exemplo de respeito ao consumidor

Recentemente tive a comprovação que o Brasil está ainda na era “paleolítica” em se tratando de direitos dos consumidores, especialmente no que se refere ao tratamento dado pelas empresas à seus consumidores por aqui. Exemplo real:

Há algumas semanas atrás comprei on-line dois picture discs na Amazon.ca. Essa foi a primeira vez que comprei na Amazon Canadense. Ao fechar o pedido, escolhi o frete “standard” (mais barato, muito mais lento, mas que te dá chances de não ser tributado ao chegar no Brasil).

Ao voltar no site após alguns dias para conferir o status do meu pedido (inicialmente com prazo de entrega estimado em 2 meses), constatei que o mesmo seria entregue em 3 dias, pois estava sendo enviado via DHL!

Em um pais de primeiro mundo, eu teria ficado imensamente feliz, afinal, paguei uma miséria pelo frete, e iria receber o produto em apenas 3 dias! No entanto, como estamos no país do esfolamento, receber um produto internacional via courier aqui significa:

  • Ser tributado em 60%, inclusive sobre o valor do frete (imposto de importação)
  • Custo extra referente a taxa de armazenamento da Infraero (?!)
  • ICMS em cima do serviço prestado pela DHL
  • Taxa de desembaraço cobrada pela DHL

Enfim, fazendo todas as contas, o valor que eu teria que pagar para a DHL ficaria maior que o valor dos produtos que eu comprei (Brassssillllll!!).

Entrei no chat da Amazon.ca e expliquei o ocorrido para a atendente, salientando que o sistema deles não havia respeitado minha escolha de frete e que por isso eu teria um prejuízo muito grande, e que isso nunca tinha acontecido antes nas minhas compras na Amazon (USA). De início, o atendente deve ter pensado: “Pô, o cara vai receber o produto em 3 dias e está reclamando?!”. Mas logo entendeu meu drama após saber como remessas via courier são tratadas/taxadas aqui no país.

Pra resumir: A Amazon.ca fez o reembolso do valor integral que tive que pagar para a DHL (incluindo todos os impostos, taxas, etc) ANTES MESMO DA MERCADORIA SER ENTREGUE, sem discutir, reclamar ou criar qualquer tipo de “caso”. Eu mesmo converti para dólar canadense o valor que a DHL me informou pelo telefone, e a atendente de pronto já fez o reembolso! Isso sim é exemplo de respeito ao consumidor!

Quem sabe um dia teremos o mesmo tratamento dado pelas empresas locais… sonhar (por enquanto) não paga!

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