Apps para o FreeStyle Libre
E lá se vão quase 2 meses usando o FreeStyle Libre! A facilidade de poder ler a glicose a qualquer momento, sem precisar picar o dedo, é um benefício que eu esperava há muito tempo. Mesmo as leituras não sendo totalmente compatíveis com as dos medidores tradicionais, o que mais me importa é mante-las dentro da zona desejada (no meu caso, definida entre 70 e 140 mg/dl).
O fato de poder sair de casa e não precisar levar glicosímetro, lancetador, lancetas, tirinhas de glicose, etc. é também uma libertação, especialmente para os homens, que não usam bolsas e, portanto, tem que “fazer milagre” pra acomodar tudo isso nos bolsos, ou então “alugar” a bolsa da esposa (que nem sempre o está acompanhando).
O melhor dos mundos seria não precisar levar nem mesmo o leitor do Libre! A boa notícia é que isso já é realidade, desde que você tenha um smartphone com NFC (Near Field Communication). O NFC está presente na maioria dos modelos de smartphones de categoria média e “top de linha”. Meu Galaxy S4, que já tem 3 anos, possui esse recurso (que por sinal, até pouco tempo atrás, nunca tinha sido usado). Hoje, muita vezes opto por deixar o leitor do Libre em casa e usar o smartphone pra ler a glicose.
No entanto, não basta apenas um smartphone com NFC. É necessário também um aplicativo instalado nele, que seja capaz de ler o sensor do Libre, interpretar as informações, e apresenta-las de forma amigável.
Existe um aplicativo oficial, homologado pela Abbott, chamado LibreLink. A vantagem de usar um app oficial é que temos a certeza de que ele foi testado pela Abbott e portanto, fornece informações seguras, usando provavelmente os mesmos algoritmos de correção/estatísticas existentes no leitor oficial. Já há algum tempo o LibreLink foi disponibilizado oficialmente para os brasileiros, tanto na Play Store do Google, como na App Store da Apple.
Existem alternativas desenvolvidas por terceiros, que conseguem ler os sensores do Libre, no entanto, esses apps de terceiros não são homologados pela Abbott, ou seja, eles apenas fazem a leitura do sensor e apresentam a informação, sem qualquer tipo de “inteligência” ou correção dos dados. Em outras palavras, a informação apresentada é a que foi lida diretamente do sensor e, portanto, pode divergir da informação apresentada pelo leitor oficial do Libre.
GLIMP
O Glimp é um aplicativo bastante completo! Além de fazer a leitura dos dados do sensor do Libre, ele também permite que você entre com outros valores, por exemplo, carboidratos ingeridos, unidades de insulina aplicadas, calorias, medições realizadas com os glicosímetros tradicionais, etc. A coisa chega ao ponto de, ao reportar uma aplicação de insulina, poder indicar inclusive em que região do corpo ela foi aplicada. Aliás, o app pode controlar o rodizio de regiões e também dos dedos, sugerindo a você qual dedo deve ser picado agora, ou qual local você deve injetar insulina. Como podemos observar, esse app pode ser utilizado até mesmo por diabéticos que não estejam usando o FreeStyle Libre!
Ele traz também uma calculadora de viagem, onde ao informar quantos dias ficará fora, faz uma estimativa de quanto de insulina, agulhas, etc. você precisará levar. Essas estimativas são baseadas nos dados coletados e inseridos no decorrer do uso do aplicativo.
O Glimp fornece inclusive lembretes importantes, por exemplo, quanto tempo resta para o sensor do Libre expirar, quanta insulina ainda resta nas suas canetas, etc. Obviamente, pra que algumas dessas informações sejam confiáveis, é necessário ter a disciplina de informar o aplicativo sempre que tomar uma dose de insulina, etc. Uma calculadora de calorias e carboidratos também está disponível.
Por último, o Glimp está integrado com o Dropbox, portanto, os logs podem ser compartilhados automaticamente entre vários dispositivos nos quais você tenha o Glimp e o Dropbox instalado (smartphones, tablets, etc).
Interessante também que o Glimp pode ser usado até mesmo para ler sensores expirados! Mas isso não é recomendado, pois a precisão de um sensor expirado já está comprometida.
Dica: O aplicativo permite “calibrar” as leituras vindas do sensor do Libre usando como base a média de pelo menos 3 medições por glicosímetros tradicionais (ponta do dedo), ou seja, você insere as leituras do glicosímetro no Glimp e ele passará a ajustar as leituras vindas do sensor, deixando os valores mais próximos do glicosímetro tradicional, o que é muito útil quando o sensor começa a apresentar diferenças muito grandes e a Abbott recusa a troca.
LIAPP
O Liapp é um aplicativo muito mais simples do que o Glimp, mas as vezes a simplicidade é justamente o que procuramos! Se você quer apenas um aplicativo que leia o sensor do Libre e apresente o valor da glicemia, de forma simples e direta, sem gráficos complicados, etc. então o Liapp é para você!
Você passa o smartphone sobre o sensor, ele coleta as medições das últimas 8 horas, e apresenta o valor da glicose naquele momento, e também um gráfico das últimas medições, ficando muito fácil de detectar a “tendência” da glicose. Há também um log com os valores das medições anteriores.
Posso então deixar o leitor do Libre de lado e usar apenas os aplicativos?
Agora que o LibreLink está disponível no Brasil, não vejo mais razão para continuar usando o leitor do Libre. O LibreLink usa o mesmo algoritmo de correção do “leitor oficial”, portanto, o resultado será o mesmo nos dois, e só o fato de não precisar carregar mais um aparelho além do celular já é suficiente para me fazer optar por usar o app.
Quanto aos aplicativos “paralelos”, como a Abbott não divulga publicamente o formato dos dados lidos nos sensores, os desenvolvedores desses aplicativos “não oficiais” tiveram que desvendar “na raça” esse formato, e nada garante que essa interpretação é 100% perfeita.
Atenção!
Na página do Glimp existe um aviso de que alguns smartphones podem danificar o sensor do Libre:
Fique atento se o seu smartphone está nessa lista! Particularmente, nunca tive esse problema mesmo usando celulares que estavam nessa lista.
Pra encerrar, SEMPRE INICIALIZE UM NOVO SENSOR USANDO O LEITOR OFICIAL DO LIBRE E NÃO COM UM APP PARALELO!
Carlos, obrigado por compartilhar sua experiencia conosco. Uma duvida onde você compra os sensores ?
Olá Moacir! No momento, no Brasil, o Libre só está sendo vendido online, pelo site da Drogaria Onofre, e somente para quem se cadastrou no site http://www.freestylelibre.com.br.
Em breve, me parece que a Abbott lançará sua própria loja online, aberta para qualquer interessados. Dê uma olhada nos meus outros posts sobre ele.
Pois é não achei compra de somente os sensores, a loja me mostra apenas o kit com dois sensores limitados a um por cliente ou somente com um sensor.
Mas compra de sensores apenas nao tem,
Pra mim aqui sempre mostra a opção de comprar apenas os sensores (opções de 1, 2 ou 4 sensores). Tenta ligar lá na Onofre pra descobrir o que está acontecendo no seu caso.
Você viu que tem uma observação na loja:
1) Para comprar os sensores, é preciso ter comprado pelo um leitor.
Então você só pode comprar os sensores se já comprou o leitor antes (a verificação deve ser pelo CPF).
Obrigado pelas dicas, Carlos. Apesar de ter recebido FreeStyle Libre esta semana, ainda não comecei o uso. Instalei Glimp para não ter que carregar o scanner de ABBOTT, deixando-o só para a inicialização. Confesso que o aviso de possibilidade de danificar o sensor me deixou um pouco apreensivo. Tem alguma notícia da incompatibilidade com Moto Z? Não encontrei qualquer menção, sequer nos comentários da página de Glimp. Consegui encontrar o APP de LibreLink e o instalei. Mas quando tento o uso, informa que a instalação deve ser a partir da loja de aplicativos, e nela aparece que não está disponível para os tupiniquins. Tem alguma ideia para contornar isto?
Esse lance de danificar o sensor ainda é uma incógnita pra mim. Estou com um Galaxy S7 que também está na lista dos possíveis “fritadores” de sensor, mas já usei várias vezes e não deu problema. De qualquer forma, estou passando o celular uns 2cm longe do sensor, na tentativa de não “irradiar” muito ele. Sobre o LibreLink, sem previsão para liberação para nós, plebeus brasileiros 🙁
Bom dia Carlos!
Sou DM tipo1 há mais de 30 anos. Me surpreendi pelos resultados obtidos com o uso do Libre. Meu controle mudou completamente para melhor, ainda que tenha despertado algo em mim que até então não dava a mínima importância: o fato de tomar consciência que um organismo que possui DM necessitar deste monitoramento constante, bem diferente de uma pessoa saudável em que a homeostasia se faz presente sem precisar dessa preocupação. E o pior é ter que saber que mesmo nos esforçando pra tudo dar certo, ainda assim estamos sujeitos a algo dar errado, como foi o caso que ocorreu com você. Superado isso, pude identificar com o uso do Libre momentos do dia e da noite, especialmente na madrugada, em que vivia tendo hipos constantes. Pra mim, só esse fato já valeu a pena o uso deste sensor. Outra coisa que gostaria de compartilhar com você e todos que ainda convivem com a ‘tiaBéty’, o uso de dois Apps que surtiram grande resultado e eficiência ao lado do Libre. São eles: o Diabetes:M e o Libre Scan. Os dois, da mesma empresa desenvolvedora, trabalham em conjunto e dão relatórios de médias estimadas de glicemia, hbA1c, riscos de hipoglicemias, cálculo de contagem de carboidratos proporcionais a dosagem insulínica, inclusive com as tendências indicadas pelo leitor do sensor. Aquelas setinhas indicativas de subida e descida média, moderada ou elevada que aparecem ao lado do valor obtido. O App Diabetes:M funciona com as mesmas funções de uma bomba de insulina (Insulin pump). Inclusive até o médico endocrinologista observou isso. É possível com ele calcular a queda de glicemia através de atividade física por exemplo, em modos de intensidade leve, média e alta. Bom, agora com relação aos sensores problemáticos que mencionou, gostaria de falar de uma coisa que vivenciei esses dias. Eu utilizei um sensor com data de validade vencida a mais de 4 meses e funcionou perfeitamente. Fiz as comparações com os testes de ponta de dedo, leitor libre e estes Apps que citei e deram quase os mesmos valores. De tal forma que agora pensarei uma forma de descobrir como funciona este sensor. Irei desmontar um e ver seus componentes. Já puder notar que possui uma pequena pilha e uma placa chipada. Se der produzirei um tutorial pra isso… Abç
Pois é Rodrigo, o ganho no controle de glicemia com o Libre é muito bom, independente dos problemas. Vou dar uma olhada nos aplicativos que você mencionou. Eu acho um desaforo o LibreLink ainda não estar liberado no Brasil. Lá fora, já até lançaram uma versão nova dele, com várias melhorias, e por aqui, ainda nada.
O seu blog é muito útil, aprendi umas dicas muito boas com ele!
Agora, em 2019, que o app já foi liberado no Brasil, surgiu uma dúvida que ainda não encontrei resposta… Será que os celulares com o app librelink do Brasil são compatíveis com sensores de outros países? A questão da incompatibilidade existe pelo mundo todo, li queixas de ingleses que compraram sensores na austrália e não puderam usá-los porque o leitor era de país diferente… Será que existe limitação com o app/celular também…?
Não é que eu trouxe para o Brasil vários sensores e agora tenho um sensor no braço esperando conseguir um celular ou um leitor do país de origem!!! Esta incompatibilidade é algo que, infelizmente, a Abbot tenta esconder e declina responsabilidades
Se tiver resposta ou dica de onde procurar, será muuuito bom! Obrigado
Não tenho sensor “estrangeiro” pra testar, mas imagino que não vão funcionar com o app, como já acontece com o leitor normal.
Chatisses que a Abbot parece criar de propósito. No fundo, são requintes de quem possui o monopólio…
Vou ter que conseguir um celular com NFC, e depois experimento o app da versão BR. Se não der, vou tentar baixar o app na versão do país original (nem sei se consigo mas vou experimentar uma criar uma conexão VPN) e depois informo por aqui qual foi o resultado.
Obrigado!
Pelo que me recordo, a VPN não vai bastar, vc teria que criar uma conta Google como se fosse do outro país. Talvez uma outra opção seria instalar “por fora”, baixando o APK de sites “paralelos”, e não da PlayStore.
Só para dar um testemunho:
Testei hoje num Iphone… Logo de cara, o app identificava o país como Brasil (sem poder alterar) e depois, na leitura, o resultado que temia: Sensor incompatível…
Boa noite Carlos. Seu artigo me ajudou mto pq carregar o aparelho eh complicado e mtas vezes eu esquecia. Mas tenho uma dúvida q não sei se vc já testou e gostaria da sua opinião. Pelo fato de ser mto caro o sensor, estava pensando se era possível através de diferentes apps ou usando o aparelho para ler o sensor TB, extender a validade de poucos dias q tem o sensor, tendi assim 15 dias num app, mais 15 dias no aparelho. Meu receio eh de infecção por conta do fio q fica dentro da pele. Sabe se eh possível?
Existe um aplicativo “paralelo” que reinicia o sensor, fazendo com que ele recomece a contar os dias de uso do zero. Honestamente, nunca consegui usar pois meus sensores geralmente “pifam” ou começam a medir muito errado lá pelo 11º dia, portanto, alongar a vida dele não faria sentido pois as medições tendem a ficar cada vez mais erradas com o passar do tempo.