Steve Jobs x Hugo Chaves
Não! Fique tranqüilo, não se trata de um post sobre política.
Desde as épocas do Apple ][, sou fã da Maçã, muito mais pelo Steve [Wozniak] do que pelo outro [Jobs]. Woz conseguiu revolucionar o mercado de computadores pessoais com o Apple ][. Algum tempo depois, Woz acabou deixando a Apple (diz a lenda que ele continua na folha de pagamento). Jobs continuou na Apple, depois foi chutado por um cara que ele mesmo contratou e, como sabemos, acabou voltando, conseguindo tirar a Apple do buraco em que estava, graças ao iPod, e depois os outros “i” da vida (Phone, Pad, etc). Curiosamente, o que salvou a Apple não foi um computador, mas sim um “walkman” com esteróides.
Mas devo confessar que venho perdendo a simpatia pela Apple, especialmente pela postura ditatorial (e fica aí o comparativo com o Sr. Chaves – não aquele do SBT, que por sinal é muito legal – mas com nosso vizinho “sem noção”, o amigo do Lula).
A Apple nunca foi uma empresa “aberta”… Vide o fato do Macintosh, apesar de ter sido sempre um computador muito superior (tecnologicamente e operacionalmente falando) aos PCs, ter uma base de usuários muito menor. Isso porque a Apple sempre foi a única fabricante dos Macs, o que, por um lado, acabou mantendo um padrão de qualidade alto (significando menos travadas e uma melhor experiência para o usuário), mas por outro, limitou tremendamente a disseminação do Mac pelo mundo. Já os PCs, qualquer um podia/pode copiar e sair vendendo por aí (a China que o diga!).
Steve Jobs agora é cultuado por uma imensa massa de pessoas. Acredito que boa parte das vendas dos “i”s se deve mais a imagem de visionário de Jobs, do que realmente pelo mérito dos produtos (sem querer desmerecer toda a inovação que eles costumam trazer). Diga-se de passagem, o cara é um show man, e suas apresentações conseguem realmente impressionar. Se a “mãe Diná” tivesse o mesmo carisma, sua agenda estaria cheia até a próxima encarnação, mesmo sem acertar nada.
Ao ler a carta aberta de Jobs sobre a decisão da Apple não dar suporte ao Adobe Flash no iPad, fiquei pasmo com a alegação que o Flash não é “aberto”. Isso, vindo do chefe de uma empresa que impõe até mesmo qual linguagem os desenvolvedores podem usar para fazer os aplicativos para os seus aparelhos, é mais do que uma ironia.
O fato de tudo ter que passar pela peneira da Apple (vide aplicativos que são barrados nas lojas on-line da Apple) também não é um sinal muito democrático.
Não sou “xiita” Open Source, mas o que a Apple/Jobs está impondo é quase que uma ditadura, e não conheço até hoje uma ditadura que tenha dado certo.
Sendo assim, vida longa ao Android, pelo menos enquanto o Google ainda é “do bem”! E rezemos para que a Apple/Jobs comece a usar o bom senso e ser menos ditadora. Confesso que hoje, tenho muito mais vontade de ter um HTC Incredible (com Android 2) do que um iPhone.
Há alguns anos atrás, resolvi iniciar um projeto para publicar gratuitamente uma revista em PDF sobre banco de dados. O nome escolhido foi DB FreeMagazine. A idéia era trazer informações de qualidade, gratuitamente, para os profissionais da área, sendo que o custo para produção da revista deveria ser bancado por patrocínios/anúncios. Comentei sobre a idéia com um amigo (Luiz Paulo), que se interessou em tocar o projeto comigo.