iWoz


Acabei de ler o livro “iWoz”, que conta a história de Steve Wozniak (segundo ele mesmo), o cara que criou o primeiro computador pessoal na história (pelo menos nos moldes que conhecemos hoje), e que fundou a Apple (junto com Steve Jobs). Comprei o livro direto da Amazon, demorou um mês pra chegar, mas acabou custando metade do preço cobrado nas livrarias nacionais. O livro não tem versão em português.

Até hoje, só conhecia o “Woz” pelos artigos e textos da Internet, revistas, etc. Agora eu sei porque o pessoal costuma chama-lo ironicamente de “Deus”. O cara realmente “se acha”! Quer dizer… não passa mais do que duas páginas do livro sem ele dizer em algum momento que era “o melhor” nisso ou naquilo. Tudo bem, não duvido que ele realmente fosse! Ele realmente era bom no que fazia, mas ficar repetindo isso a todo instante pode ser sinal de uma necessidade de auto-afirmação desnecessária.

Outra coisa meio “contraditória” é o fato dele se julgar sempre preocupado com a ética. No entanto, em algumas passagens, ele mesmo se contradiz, como, por exemplo, quando Jobs e ele venderam uma das Blue Box que Woz tinha criado.

Achei o livro interessante, principalmente pra quem curtiu a época do Apple ][, apesar que faltou um pouco mais de material dedicado à essa fase (talvez propositalmente).

De qualquer forma, o papel de Woz na história dos microcomputadores é inegável, e é interessante saber, com as palavras do próprio inventor, como surgiram as idéias que culminaram com o lançamento do Apple ][. O livro é mais facilmente assimilado para quem tem algum conhecimento de eletrônica, pois diversas passagens são bastante técnicas, mas não a ponto de afugentar os leitores mais leigos.

Woz também gostava de pregar peças nos outros. Algumas delas foram bem engraçadas. Uma vez ele ligou para o Vaticano com a BlueBox, e pediu para falar com o Papa, alegando ser Henry Kissinger.

Ele chegou até a patrocinar dois “mega eventos” musicais nos EUA. Diz ele que teve prejuízo financeiro em ambos, mas que não fazia pelo dinheiro, então não estava nem aí! No livro há até uma foto dele com David Lee Roth (Van Halen). Inclusive, pagou uma grana preta para o Van Halen, para que eles não fizessem outras apresentações na região onde aconteceria o festival (um tipo de exclusividade que ainda hoje podemos encontrar nesse tipo de negócio).

Enfim, fica aí a dica para o pessoal “das antigas”, ou mesmo para aqueles que tem curiosidade de saber como era o mundo há 40 anos atrás, onde os computadores “pessoais” se resumiam a caixas de componentes eletrônicos com interruptores, lâmpadas e 256 bytes de memória! Isso, obviamente, até Woz virar tudo de cabeça para baixo com o Apple ][.

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